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2001. Uma Odisseia no Espaço

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 23 de ago. de 2019
  • 7 min de leitura

Stanley Kubrick e Arthur C. Clark

Pela primeira vez no meu blog eu faça a análise do filme e depois da obra por trás porque nesse caso a idéia de escrever a obra foi do diretor e produtor de cinema, Stanley Kubrick que filmou e estreou o seu filme e somente depois do lançamento em 1968 é que o autor do roteiro publicou a obra homônima.

O que estava acontecendo em 1968? O ano de 1968 começou com a declaração do Papa Paulo VI de que aquele seria um período de paz, mas entrou para a história por uma série de revoltas e levantes em escala global, tanto que é conhecido como "O ano que não terminou", e entrou para a história como um ano extremamente movimentado e cheio de acontecimentos importantes, como o assassinato de Martin Luther King e de Robert Kennedy, a Guerra do Vietnã estava sendo divulgado pela mídia, mostrando as atrocidades e carnificina em que os EUA estavam dando apoio gerando inúmeras manifestações, sobretudo estudantis, contra a Guerra do Vietnã. Além disso, os EUA estavam numa corrida espacial com a Russia para ver quem chegava a lua primeiro, sendo que somente no ano seguinte, em 1969 é que os EUA colocariam o homem em solo lunar e esse ciontexto eztá inserido na guerra fria entre ambos os países, um de ideologia capitalista e o outro socialista e por falar em socialismo, no ano de 1968 temos a “Primavera de Praga” um movimento de massas em busca de um "socialismo humanizado" crítico ao regime stalinista na URSS. Alexander Dubcek assume o governo da Tchecoslováquia em janeiro de 1968 e inicia uma série de reformas políticas, sociais, econômicas e culturais e lidera o movimento.


No dia 3 de maio de 1968, estudantes franceses ocuparam a Sorbonne, universidade mais tradicional do país. Os manifestantes passaram a criticar a política trabalhista e educacional do governo do general Charles de Gaulle, culminando em uma greve geral de 24 horas que paralisou Paris e aqui no Brasil tivemos o ato institucional número 5, quando a ditadura militar endureceu. O AI-5 é considerado o mais arbitrário dos decretos dos militares e deu poderes quase absolutos ao governo, dissolvendo a liberdade de expressão e os direitos políticos no país.

Enfim, nesse caldo cultural e de revoluções por todo o mundo surge o maior filme de ficção científica, totalmente inovador e filosófico, além de perturbador onde até o dia de hoje existe estudos dos significados de simbologias colocadas no filme, como o próprio nome Odisséia faz referencia a obra “Odisséia“ de Homero, o primeiro livro escrito no ocidente. A música inicial é a obra erudita “Assim falou Zaratustra” de Richard Strauss e faz referência a obra homônima do fiolósofo alemão Nietzsche que faleceu em 1900, onde temos a famosa frase “Deus está morto” fazendo referencia a morte da religião em detrimento do avanço da ciência, outra obra de Nietzsche “A Gaia da Ciência.”

Certamente o filme vai falar do existencialismo humano e o home diante de tanta tecnologia.

Kubrick coloca em carta ao autor do roteiro Arthur C. Clark que ele é fã, com obra como O Sentinela, em que nessa obra de 1951 conta a historia de um objeto, uma espécia de monólito enterrado a milhões de anos na lua e esse objeto seria para disparar uma espécia de alarme para avisar os extra-terrestres que os humanos tinha se desenvolvido o suficiente para encontrar e ele iria colocar isso em seu novo filme, Outra obra dele foi “Encontro no alvorecer” especificamente obras de ficção científica em que homens vão explorar a lua, assunto do momento na corrida espacial dos EUA e Rússia. Kubrick não esconde o fato de acreditar que existem outras formas de inteligência fora do planeta Terra. Clark aceitou a proposta e ambos começaram a escrever juntos e, portanto não existem grandes diferenças entre o filme e o livro, certamente o livro tem ais explicações que o filme sobre a história, pois o filme é feito propositalmente lento e com quase nenhum diálogo na sua maioria. Um filme grandioso com mais de 2 horas de duração e quatro episódios que praticamente não tem referencia um com o outro, exceto por haver o monólito em todos, mas nunca se explica o que significa aquilo, somente quem leu as obra anteriores de Clark que se sabe que é uma sonda alienígena e portanto, antes dos seres humanos já havia existido seres inteligentes na terra.


A primeira parte se refere a época dos hominídeos, há 10 milhões de anos depois da grande seca em que morreram grande parte das espécies animais e temos o Homem-macaco descobrindo uma ferramenta mortal, aqui fazendo referencia a tecnologia voltada para a guerra, no caso a bomba atômica, como disse em entrevista o diretor do filme. Mostra-se duas tribos de homens-macacos em fase de extinção devido a escassez de água e alimento, com a extinção dos dinossauros e lagartos, como diz o texto em que surge o tal monólito e todos o reverencial como um Deus, mas várias coisas começam a acontecer e uma das coisas é quando ele percebe que um osso longo pode ser usado como arma para matar leopardo e ele passa a matar membros da tribo rival e ser muito respeitado.

As cenas do macaco matando seu semelhante no filme é chocante. Daí tem a transição de passagem do tempo para o futuro, ele joga esse osso para cima e esse osso se transforma numa espécie de nave espacial, que Arthur C. Clark fala que simboliza uma bomba espacial em órbita, uma arma navegando no espaço e não propriamente naves tripuladas, já que as tripuladas têm forma de tubos circulares. Entramos na segunda parte onde mostra astronautas encontrando o segundo monólito e faz referência direta a corrida espacial entre os EUA e Rússia. Quando eles se aproximam do monólito emite-se um som estridente e ensurdecedor, fazendo referência a emissão da mensagem para os alienígenas que colocaram o monólito lá. Existe muita especulação sobre seu significado e muito acreditam que representam Deus, o que Kubrick rebate dizendo que: “Eu diria que a presença de Deus está no filme 2001, mas não uma imagem tradicional antropomórfica... Eu acredito que se pode construir uma definição científica intrigando de deus” fazendo uma referencia direta a obra de Nietzsche “A Gaia da Ciência.”


Depois dessa teremos uma referência aos mísseis nucleares colocados na Ilha de Cuba apontado para os EUA, já que numa reunião entre cientistas americanos e russos na Terra o americano falar da mais recente descoberta na lua. Para Kubrick a evolução da humanidade se dá com a melhor forma de tecnologia que o ser humano encontro para matar o outro, uma crítica ao armamentismo de forma velada, pois o monólito simboliza o salto na evolução da humanidade.

Temos a terceira parte onde mostra outro salto no tempo em que temos uma missão de astronautas em direção a Saturno para uma missão muito especial para os EUA numa nave especial muito moderna tripulada por seres humanos, mas um dos tripulantes é um computador extremamente inteligente que está a serviço da missão e de comandar a nave com autonomia e esse computador começa a ter sentimentos humanos.


Seu nome é Hal, são as letras que vem antes de IBM (indústria produtora de computadores) no alfabeto. Aqui temos a própria tecnologia capaz de se apropriar do ser humano e combatê-los. Nessa parte, os sentimentos dos seres humanos se tornam tão fria que eles se aproximam de uma máquina. Um dos tripulantes chega até a mencionar a capacidade do computador demonstrar emoção. Aqui fica nítida a referencia ao livro “Andróides sonham com ovelhas elétricas? De Philip K. Dick” onde os humanóides, que são na verdade um robô, passam a sentir emoção como os humanos, inclusive fazem sexo.

Os humanos descobrem um erro na programação de Hal e chegam a conclusão que eles precisam desligá-lo, mas Hal consegue perceber o que os cientistas planejam e começa a agir sozinho matando três que estão hibernando na nave e um que saiu para da nave para fazer um reparo e Hal solta a corda que o prende a nave e fica a deriva no espaço, mas o sobrevivente David que não demonstra qualquer reação ao ver seu colega Frank a deriva. Ele decide desligar o Hal.


Essa parte nos causa emoção, pois temos o Hal como um humano e as falas dele, ao saber que vai “morrer” nos comove e quando está preste a ser desligado diz: “Eu estou com medo. Eu estou com medo Dave” deixando claro que, embora a tecnologia possa ser perigosa, o ser humano consegue dominar a tecnologia, mas está cada vez mais desumanizado.

Na quarta parte é bastante complexa, pois ele propõe que a nova fazer evolutiva do ser humano é tido como uma nova percepção humana do mundo. Uma ruptura total entre espaço e tempo e o abandono das relações baseados na nomeação.


Na cena do filme o astronauta passa por um portal psicodélico e vemos um quarto decorado ao estilo barroco e uma nave dentro do quarto. Ele se vê num outro tempo, isto é, ele se vê no futuro bastante envelhecido, ele está de frente consigo mesmo, mas velho. O monólito aparece pela quarta vez e pontua mais uma etapa na evolução humana e o velho, que é eles mesmo, se transforma num bebe. O novo ser humano não vai evoluir pela tecnologia, mas sim, vai adquirir uma nova lógica para alcançar estágios superiores de progresso, provavelmente pela expansão da consciência. Ele é consciente de si mesmo e de seu ambiente. Esse é o conceito de Super-homem de Nietzsche em sua obra “Assim falou Zaratustra.”


E assim temos o filme “2001, Uma odisséia No espaço” dirigida por Stanley Kubrick em 1968.

Sinopse: Desde a "Aurora do Homem" (a pré-história), um misterioso monolito negro parece emitir sinais de outra civilização interferindo no nosso planeta. Quatro milhões de anos depois, no século XXI, uma equipe de astronautas liderados pelo experiente David Bowman (Keir Dullea) e Frank Poole (Gary Lockwood) é enviada à Júpiter para investigar o enigmático monolito na nave Discovery, totalmente controlada pelo computador HAL 9000. Entretanto, no meio da viagem HAL entra em pane e tenta assumir o controle da nave, eliminando um a um os tripulantes.


Stanley Kubrick e Arthur C. Clark desenvolveram simultaneamente a história de 2001: Uma Odisséia no Espaço. Enquanto Kubrick trabalhava em cima do roteiro, Clarke escrevia o livro, com ambos trocando idéias e opiniões durante o trabalho. Era inclusive intenção de Clarke, ao lançar o livro, colocar Kubrick como co-autor da história, mas o diretor não autorizou a utilização de seu nome.

Considerado o melhor filme de ficção científica já criado em toda a História do Cinema, inegavelmente o mais inteligente e o de maior dificuldade de compreensão. Visualmente impressionante, visto a pouca tecnologia existenta na época. Muitos viram o homem pisando na lua no ano seguinte e não acreditaram depois de assistir o filme de Kubrick e outros ainda acreditam que foi o diretor que fez montagens do homem na Lua, de tão perfeito seu filme e seus efeitos especiais.


Se o livro é mais explicativo, de mais fácil compreensão, o filme é mais interrogativo. A fotografia é sensacional, sendo que Kubrick é fotógrafo.

Prêmios:

OSCAR de 1969. Ganhou como “Melhores Efeitos Especiais”

BAFTA de 1969. Ganhou? Melhor Direção de Arte Melhor Direção de Fotografia Melhor Trilha Sonora Versão restaurada lançada no Festival de Cannes 2018

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