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Diva

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 13 de abr. de 2019
  • 6 min de leitura

De José de Alencar

Essa obra é a segunda da trilogia que José de Alencar resolveu fazer sobre perfis de mulher. A primeira foi Lucíola, que se trata de uma prostituta de luxo, a Lúcia. Essa é de uma filha da burguesia do Rio de janeiro, a Emília, uma menina criada com todos os luxos e fausto e se torna uma mulher arrogante, frívola, esnobe e muito cultuada por todos devido sua beleza e jovialidade, além da riqueza pela sua posição social. Existe uma ligação entre a primeira obra, pois como sabemos, a Lucíola é escrito em primeira pessoa na voz de Paulo, que escreve sua história para uma mulher, que o autor não revela para o público, mostrando o constrangimento dele se apaixonar por uma prostituta e não poder consumar esse amor e em Diva também o protagonista escreve cartas para esse Paulo, quem o conheceu numa viagem, de barco no Recife, quando ele estava indo para a Europa concluir sua formação de médico, portanto temos a visão da Diva apenas pelo olhar desse homem que se apaixonou pela menina Emilia, contada para o Paulo através de cartas. A terceira obra que fecha a trilogia com Senhora, que conta a história de Aurélia, que ficou órfã e sua única saída seria o casamento ou a prostituição, fechando assim o ciclo. Em diva teremos uma citação de ajuda a uma mulher órfã e no livre Senhora um dos personagens comenta que leu a obra Dica, quer dizer, uma obra é conseqüência das outra e as três estão interligadas com tipos distintos de mulher, a prostituta (Lucia), a Mimada e rica (Emília) e a moça órfã (Aurélia).

Essa obra faz uma intertextualidade com “A Megera Domada” de Willian Shakespeare, pois o temperamento da Diva é semelhante ao de Catarina, filha mais velha de uma família rica, extremamente geniosa e que o pai coloca uma condição de casar sua irmã mais nova, Bianca, uma candura em pessoa, de somente dar a mão da Bianca se Catarina se casar primeiro e ela é obrigada a casar-se com Petruquius, um homem rude e vai infernizar sua vida.


Portanto, nossa história começa apresentando Emilia, uma menina de 14 anos de idade que está doente e nenhum médico sabe ao certo o que ela tem e, portanto seu tratamento fica apenas como paliativa. Como a família de Emília é muito bem abastada, eles contratam um médico recém formado Dr. Augusto Amaral que ficará cuidando dela em tempo integral e fará de tudo para poder salvar a vida dela. O fato é que Emília é uma criança muito difícil de lidar, na verdade ela está na fase de adolescência, cheia de espinhas no rosto, muito magra e com a doença, sua pele muito pálida, enfim, uma coisinha bem esquisita e mal cuidada, por se tratar de uma filha da alta burguesia do Rio de Janeiro, mas além dessa se sentir feinha e cheia de pudores, ela tem uma esquiva do médico, sente-se incomodada dele tocar seu corpo, examinar seu coração e pulmões, enfim, um pudor exagerado que a menina vai ter e dificultar o trabalho do pobre médico. Pior vai ficar quando ela escuta o médico comentando a quão feia ela é. Isso vai ser o motivo dela odiar esse médico para o resto de sua vida e desde já Emília tratava o médico com uma grande hostilidade, tanto que no final, mesmo salvando a vida da criança e tanto se dedicou, que nem quis receber. E assim o pai da menina deixou em aberto essa dívida que tinha para com Dr. Augusto.

Ele parte para a Europa para se especializar e quando retorna ao Brasil já é um médico famoso. Foi nessa viagem que ele conhece Paulo, o protagonista da obra Lucíola a quem depois irá escrever sua história com Emilia. Quando ele volta ao Brasil encontra Emília já com 17 anos, mas muito mudada na aparência física, se tornara uma das mais lindas moças da sociedade e extremamente cortejada por jovens mancebos sedentos em tê-la como seu marido, mas ela é a Diva, não permite tais aproximações, somente bajulações e muitos homens a seus pés e, por mais inesperado que fosse ele se apaixona pela moça. Quando Emília entrava nos bailes, desanimava as demais moças que não podiam competir com sua beleza e os olhares dos inúmeros rapazes galanteadores. A família dela sempre insistia em uma reconciliação da menina com o seu salvador, no entanto, ela satisfazia-se em humilhar e constrangê-lo, muitas vezes ela provocava situações, armadilhas somente para constranger o médico.


Se ele pedia o prazer de uma quadrilha, ela negava dizendo já ter parceiros para a quantia de danças que pretendia ter e seguidamente, ainda na frente dele, concedia a quarta ou a sexta valsa a outro cavalheiro. Por mais que ela o humilhava, mais o repelia, tanto maior ficava seu grande amor. Mas ao mesmo tempo em que ele a amava, sentia seu orgulho muito mais que ferido... Mesmo assim ele implorava por uma valsa e ela a negava. Uma noite. Ela colocou seu vestido próximo ao sapato do médico de propósito para que ele pisasse sem perceber e ao fazê-lo, ela puxou seu vestido, que rasgou e logo em seguida acusou o médico pelo desastre e humilhou de tal forma que todos ficaram decepcionados com a atitude do desastrado médico e ela sorriu pela humilhação dele. Foi nesse contexto que ele, extremamente aniquilado pelos maus tratos da moça, decidiu por fim vingar-se e esquecê-la de vez. Surgiu uma oportunidade para Augusto dar o troco a moça, que tinha um bom coração tratando-se de caridades. Geraldo, irmão de Emília, tinha que ajudar uma órfã por pedido dela, mas ele não era dado ao trabalho, um ocioso sem ânimo nenhum para a boa ação, pediu para o doutor levar um dinheiro para ajudar essa menina órfã. Ele fez questão de dar o dinheiro na frente de Emília e afirmou que aquela singela quantia era o mesmo valor que ele merecia pelo seu trabalho de ter salvado a sua vida, o que implicitamente era o mesmo valor à vida da moça.

O relacionamento dos dois mudou a partir dai. A sós a moça abriu-lhe o coração, até então o tratava com tamanho desprezo e indiferença, mas disse que era por temê-lo. Desconhecia em seu coração o amor e o único sentimento que nutria era uma gratidão e admiração imensa pelo médico e quando notou o quanto o feria resolveu fazer as pazes. Já nos bailes ela lhe concedia danças e até mesmo fazia da quadrilha com ele a última da noite. Ela ainda não o amava, ela ainda o humilhava, pois sabendo que ele a desejava, o provocava mais ainda dando chances para outros homens a tirarem para dançar, enfim, ela provocava um ciúme doentio em Augusto que sempre brigava por ciúmes e ela ria com desdém. No entanto um se submetia à vontade do outro trazendo para a relação, no ponto de vista dela, uma terrível monotonia. Num outro dia, o médico foi visitá-la em sua casa e encontrou-a pronta para ir ao teatro, o ciúme instantaneamente vibrou no peito de

Augusto e ele lhe pediu para dizer se ela o amava ou não. Ela disse que ainda era cedo para saber e o doutor não suportou e rompeu definitivamente o romance. Um mês depois estavam na chácara da família dela um grande grupo. Emília se afastou atraindo Augusto para perto dela. Ele declarou seu amor a ela. Ela afirmou que sempre soube desse amor. Augusto, enfurecido, concordou, mas disse que o amor adorador que sentia agora tinha sido substituído por uma vontade de possuí-la contra a própria vontade dela. Ela novamente o desprezou. Ele tentou-lhe dar um beijo, mas ela esquivou-se, mas ele percebeu que ela o desejava sim e depois que ele pediu-lhe perdão, ela se declarou seu amor. Ele se retirou, mas no dia seguinte recebeu de Emília uma carta afirmando todo o seu amor e devoção que só agora ela percebera. O médico ainda tentou resistir a ela, mas foi inútil. Amavam-se e naturalmente o passo seguinte foi o casamento.

Não foi feito nenhum filme, mas a Rede Record realizou uma novela com a trologia de josé de Alencar, Lucíola, Diva e Senhora chamada Essas Mulheres.

Site de referencia para o resumo:

 
 
 

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