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Nana

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 15 de mai. de 2019
  • 5 min de leitura

Emilly Zola

Naná é de longe a obra mais conhecida e importante do autor, que todos consideram o pai do estilo literários Naturalista e é de fato. O naturalismo é o radicalismo do Realismo, sem sombra de dúvida é uma escola distinta do Realismo, embora Zolá seja ligado intimamente aos realistas Auguste Flaubert, Vitor Hugo e Honoré de Balzac, além de seu amigo pessoal o pintor impressionista Paul Cezane seu estilo de escrita é radicalmente distinto, pois os realistas estão focados em colocar a realidade como ela aparece, isto é, de forma impressionista, vendo pelo lado psicológico e fazendo uma crítica severa a alta classe da nobreza ou a classe emergente burguesa. Já o naturalismo vai pegar o proletariado, o lado animal do ser humano, menos conflitos psicológicos, mais o instinto animal do homem, tanto é que ficou famoso o termo zoomorfização.


Depois da bíblia, sem sombra de dúvida a obra A Origem das espécies de Charles Darwin foi a que mais influenciou o pensamento da humanidade inteira, pois seus trabalhos de pesquisa de sua vida inteira, coloca por terra os preceitos básicos da bíblia, que coloca que deus fez o homem a sua imagem de forma definitiva. Darwin cristão que era, nunca pretendeu atingir a igreja, muito menos as sagradas escrituras, mas sabia que se ele publicasse suas descobertas sobre a evolução das espécies, iria derrubar a idéia do criacionismo e daria oportunidade de colocar o ser humano como uma continuação evolutiva de um animal e foi isso que aconteceu. Além do que a humanidade estava tendo duas revoluções sociais, no campo da economia já estávamos na segunda revolução industrial, sendo que na primeira localizada na Inglaterra em meados do século XIX com a invenção da máquina de tear e máquina a vapor mudou completamente a relação trabalho homem, para trabalho - máquina – homem e na segunda, em que a França já estava inserida tivemos a invenção do motor a combustão, utilização do gás e petróleo como combustíveis e fontes importantes de geração de energia como a energia elétrica.


No campo dos transportes surgiram sistemas avançados como a navegação por barco a vapor, a criação das ferrovias e do carro. As pessoas deixaram as áreas rurais e foram morar nas cidades. Assim, surgiram as grandes metrópoles. No campo científico tivemos a primeira vacina de que se tem registro foi criada por Edward Jenner no século XVIII, já no século XIX temos as descobertas do químico Pasteur, que demonstrou em 1861 que geração espontânea não existe e desenvolveu o processo de esterilização de alimentos (leite, cerveja ou vinho) que consiste em expô-los a uma temperatura inferior a seu ponto de ebulição e submetê-los em seguida a resfriamento súbito, a fim de eliminar certos microrganismos nocivos e a descoberta do Mycobacterium tuberculosis (causador da tuberculose), pelo biólogo Koch, mas as teorias sociológicas é que realmente deu impulso a criação da nova literatura chamada Naturalista, tendo como representante máximo August Comte, que acreditava que somente o que poderia ser provado cientificamente era o real e o darwinismo social que acreditava que o meio determina o comportamento humano, independente da vontade e desejo.


Nana foi escrito em 1880 e conta a história de uma jovem, filha de pai alcoólatra com uma lavadeira e tem atributos físicos exuberantes, o que chama a atenção de todos os homens, mas que não tem nenhum sinal de inteligência, o que isso é irrelevante para seus admiradores, além do que, ela é uma artista medíocre que interpreta uma personagem denominada Vênus num teatro de Paris, o que também nenhum de seus “fãs” a criticam, pelo contrário, eles a adoram ver atuar.

Nana é o nono volume da série composta de 20 volumes chamada de "Os Rougon-Macquart" (Les Rougon-Macquart), cujo objetivo era descrever a "História Natural e Social de uma Família sob o Segundo Império, que é o subtítulo da série.

Essa personagem usa e abusa de seus atributos físicos e se torna uma prostituta de luxo, usando os homens e ao mesmo tem,pó os desprezam completamente. Para ela o único interesse é tirar sei dinheiro as custas do comercio carnal e arrebata aos seus pés os homens da alta-roda da aristocracia e da finança, que lhe dá, desde palacete na Avenida de Villiers, roupas luxuosas, pagando todas as suas despesas e satisfazendo todos os seus caprichos até os mínimos objetos que a eleva a uma das mais bem viventes de Paris. Ela corrompe e arruína seus amantes sem remorso ou piedade e essa corrupção das classes francesas mais elevadas da época de Napoleão III é mostrada pelo autor num quadro profundamente realista.


Vale a pena citar a obra A Venus das Peles do Austríaco Leopoldo Von Sacher-Mascoch escrita em 1870, dez anos antes, em que um nobre chamado Severino deseja uma mulher cruel e infiel e quanto mais joga de maneira criminosa, quanto menos piedade demonstra, mais excita os seus desejos, mais ele a ama e a deseja. Nana seria a pessoa ideal para Severino, pois ela sente um desprezo enorme por todos os homens que rastejam aos seus pés e, por isso humilha-os de todas as formas que consegue. Nem assim eles a abandonam, completamente dependentes dos seus carinhos e da atenção que esta lhes dispensa. Nas falas de Severino “Nada pode excitar mais do que a imagem de uma bela déspota, voluptuosa e cruel.” Nana é descrita como uma mulher surpreendentemente bela, fisicamente irresistível com rosto de anjo emoldurado por uns cabelos doirados como o sol. Não existe homem que lhe consiga resistir e são poucas as mulheres que não a invejam. No que se refere a fidelidade, ela promete exclusividade, contanto que eles façam por merecer, isto é, pagando de forma exuberante pelos seus serviços, mas ela é temperamental e os deixa, mesmo com súbitos ataques de fúria e frustração eles a seguem com seu desejo sincero buscando resolver todos os problemas dos que a rodeiam. A diferença é que Nana é uma mulher infantil e de pouca inteligência, o oposto de Wanda da obra de Masoch, que é madura, uma viúva bastante inteligente, viva e perspicaz.

Outra diferença é que Severino é um homem nobre, criativo e forte, já os homens em Nana são dos seres mais desprezíveis descritos na literatura, são animais no cio, sem amor próprio e pouco inteligente. Está ai as características do Naturalismo a zoomorfização e essa busca por sexo através do instinto. Como falamos,


Nana também não era tão inteligente assim e consegue fazer deles o que bem quer; Ela grita exigindo o que quer como uma criança insuportável e birrenta e pior, sempre consegue o que quer. Realmente irritante, mas personagem forte da qual os homens não conseguem escapar.

Chegando ao final dessa obra, Nana começa a destruir todos que a rodeia, não por desejo, mas conseqüência de todos seus atos irrefletidos dos seus adoradores no afã de cair em sua graça e ela se sente grandiosa vendo um por um cair em desgraça, como se sentido vingada pois, uma filha de pai alcoólico e mãe lavadeira, colocou a alta sociedade rastejando aos seus pés. O fato de ir destruindo, ou melhor, deixando que se destruíssem a si próprios, vendo-os revolver-se na lama da sua imoralidade e falta de princípios.

 
 
 

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