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A Republica

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 6 de jun. de 2019
  • 6 min de leitura

Platão.

Um livro gigantesco nos dois sentidos, no tamanho, mais de 500 páginas e na sua importância, pois existem várias interpretações e vários temas diversos. De toda a vasta obra de Platão, essa é a mais traduzida no Brasil e veja que não é uma obra tão fácil de entender e nem é uma leitura para qualquer um e eu me incluo entre os que precisaram de livros de apoio para entender o conteúdo, embora existam várias interpretações sobre o que ele quer dizer, podemos fixar em três, quer a república é uma análise crítica do governo que Platão e Sócrates viveram, ou que é uma proposta de um tipo de governo ideal e suas dificuldades e a terceira interpretação, que é a que eu mais me identifico, que a república é o próprio indivíduo e portanto é um ideal de pessoa justa que tem o intelecto como supremacia máxima de agir e pensar. O livro não foi feito para ser algo fechado, pelo contrário, é um diálogo cujo interlocutor principal era Sócrates. A república também é conhecido por Politeia e foi escrita por volta de 380 a.C. aborta temas como filosofia, política e sociedade e como tema central a busca de uma fórmula que garanta uma harmoniosa administração à uma cidade, mantendo a liberdade dos interesses e disputas particulares diante do caos completo. O local do diálogo é a casa de Polemarco, irmão de Lísias e Eutidemos, filho do velho Céfalo. Os principais personagens do diálogo são Sócrates; os dois irmãos de Platão, Glauco e Adimanto; Nicerato, Polemarco, Lísias, Céfalo e Trasímaco.


Não pretendo fazer nenhum resumo, pois se trata de temas facilmente encontrado em todas páginas de pesquisa na web, sites, youtube e blog de forma tão clara que seria melghor copiar e colar, mas são 10 livros (ou capítulos) sendo que uma deles é muito conhecido e estudado no nível médio escolar, que se chama “Alegoria da Caverna.”

O primeiro assunto é sobre o que é justiça e o que seria um home justo?

Aquele que é mais forte detém o poder e faz as leis e portanto justiça seria submenter a ele, pois a força é um direito de quem pode ser mais forte e dessa forma a justiça seria seguir suas regras? Claro que não, pois somente uma comunidade poderia conceber o que é justiça, o coletivo e não um indivíduo porque tem uma forma descomunal. Justiça seria fazer o bem para os justos e o mal para os injustos? Aqui deveríamos inicialmente definir o que é justo, mas em principio, Sócrates descarta a possibilidade de fazer o mal seja algo cogitado, o mal só lava a tristeza e sofrimento e portanto não poderia fazer o bem para o justo, muito menos fazer o mal para o injusto.


A síntese do que é justiça que o professor Emerson Santiago faz é a seguinte: “O primeiro princípio da justiça seria a solidariedade social, forma pela qual a pessoa contribui para o bem estar coletivo. O segundo é o desprendimento, dever consciente de pessoas realmente dispostas a prover o bem comum. Deste princípio surgiria a necessidade de uma classe social distinta das atividades econômicas, a dos guardiões, reis-filósofos que sustentariam a felicidade do Estado. A sociedade então, ficaria dividida em três classes: os chefes dos guardiões, os próprios guardiões, ou militares, e os produtores e artesãos. A classe dos guardiões seria constituída por homens e mulheres, em iguais condições, mantidos pelo estado, sem direito à riqueza, não poderiam constituir família”.

Aqui já se entende o porquê da república, já que a justiça só é compreendida numa visão de coletividade, respeitando as ambições individuais e o desejo de se fazer o bem pela coletividade.


Dessa forma, na república ideal de Platão existem três castas, os reis-filósofos que manterá a harmonia entre todos e é representada pela razão e intelecto, a força bruta, que seriam os guardiões e todo o resto. Ele dá nome de ouro, prata e bronze respectivamente para cada classe, mas uma crítica se faz. A argumentação apresentada por Trasímaco sobre justiça fala justamente sobre o poder dos fortes contra os fracos, que a justiça não é nada mais que impor pela força suas leis. Nessa articulação os reis-filósofos não seriam de certa forma arbitrários ou impor o desejos deles através da força dos guardiães?

Existe toda uma definição de como se articula essa república, coisas que nos dias de hoje seria condenado, como por exemplo, que as mães entregariam seus filhos para outros criarem, para que não tenha o vinculo mãe filho ou o conceito de família, os trabalhadores braçais teriam liberdade para seguirem seus desejos de fazer o que lhe dá prazer e seguir suas aptidões, liberdade e igualdade para mulheres e homens para poderem participar de guerras como iguais, assim como na função de guardiães, ninguém é dono de nada, não podem possuir bens materiais, pois o bem maior é o saber enfim, vislumbra-se uma sociedade em que a classe de bonze viva igualmente com os mesmos direitos e liberdades em busca, mas Gláucon e Adimanto contra-argumentam dizendo que todos os homens são gananciosos e querem mais do que seriam merecedores. Sócrates rebate dizendo que a justiça tem um valor em si mesma e, portanto tem que se definir diante de uma atividade pública (na cidade), do que nas pessoas e depois se voltar para a conduta individual. O primeiro princípio da justiça é a solidariedade social, ou as formas pelas quais a pessoa contribui para o bem estar coletivo, já que a prioridade é a coletividade, viver bem entre todos.


Um segundo princípio é a necessidade de um desprendimento de cada um para esse bem maior, o dever consciente de pessoas realmente dispostas a prover o bem comum. Por isso ele justifica a necessidade de criar uma classe social distinta das atividades econômicas (Bronze), que seria a dos guardiões. Quanto a classe que vai orientar, conduzir e manter o justo, só existe uma possibilidade, que seria as pessoas que fossem filósofos, pois são pessoas que visam a felicidade do Estado através da sabedoria, que teriam uma visão da verdade, mas eles não teriam direito à riqueza, isto é, o Estado tem unicamente a função de manter a harmonia entre todos da república.


Para Sócrates a educação é tudo. Os trabalhadores braçais têm aptidão para serviços artesanais e vai buscar aprender com quem domina o ofício, respeitar e fazer o melhor. Quem tem força será guardião e os que têm aptidão para pensar serão os governantes, que via ter a função de manter a temperança nas paixões e ela deve ser praticada também elas pessoas que governam, pois a alma humana é composta de três partes: os desejos, a razão (nous) e os impulsos (thymos). Estes são dominantes, em certas ocasiões, superando as contenções racionais. A justiça, portanto, consiste na harmonia entre estas três partes, o que a faz aproximar-se da moral.


Acima da justiça existe o bem. Como a justiça já é algo muito difícil de se entender, o bem é quase impossível definir, o que seria o bem? Para quem conhece a Alegoria da caverna deve lembrar que todos vivem no mundo sensível presos a grilhões e vendo sobras na parede e acreditando que são deuses, ,as apenas um consegue sair e se depara com a luz do sol que inicialmente o cega. Somente depois que consegue se adaptar é que percebe que o verdadeiro mundo, que o real não era o que se via e sentia no escuro da caverna, pois o Sol iluminou a verdade. Essa metáfora indica para o leitor o que seria o bem maior, o Sol é o bem.


Todos os estudiosos de Platão compreende que a morte desse que saiu da caberna e tentou falar sobre a realidade real, sobre a verdade a luz do Sol e considerado um louco e morto pelos seus amigos representa Sócrates que foi sentenciado a morte pelo povo de Atenas, o qual seu único intuito era de mostrar a verdade.

Não é de se entranhar que Platão não acredita que a república ideal se mantém, pois ele é um pessimista em tudo que escreve e portanto o ideal degrada-se naturalmente, como tudo o mais. Para ele existe cinco tipos de governo. No caso o que ele defende é a aristocracia ou monarquia. Ela daria lugar a timocracia, mas com o esfriamento das virtudes dos timocrátas, o poder cairia nas mãos de poucos dando lugar as oligarquias, que teria a concentração do poder nas mãos.


Quando o individualismo e diversidades falasse mais alto, cairíamos na democracia, onde todos tem o poder, o que ele vai considerar demagogia e o resultado fatal só poderá ser o surgimento do empode-ramento de um único homem, que agregaria todas as suas vontades e portanto teríamos a tirania. Esta é a ordem natural da decadência dos regimes políticos, destruídos pelas suas próprias negatividades.

 
 
 

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