Alice no País das Maravilhas
- Fernando Carlos
- 14 de jul. de 2019
- 13 min de leitura

Lewis Carroll
Um livro infantil que de tão complexo é um livro que até hoje os adultos ainda o tem como referência filosófica, de análise e de compreensão. Um dos meus favoritos desse tipo de literatura infantil, que é até difícil fazer uma resenha sem me estender em elogios.
A vida do autor é cheio de polêmicas, principalmente com suas preferências sexuais, já que na época ele escreveu esse livro em 4 de julho de 1865 para uma criança chamada Alice Liddel e foi baseada nessa Alice a inspiração da Alice do livro, apesar das ilustrações mostrarem uma menina loira de cabelos longos. Ao longo da narrativa, o autor refere lugares e pessoas conhecidas pelas crianças, cativando a sua atenção, uma criança ainda.

Ela era a filha do meio entre três irmãs e filha do reitor em que o autor ministrava aula de matemática e lógica e nas horas vagas, entretinha as filhas desse reitor contando e criando histórias e essa foi a que mais agradou Alice, que pediu para ele escrever e assim ele o fez, mas a família de Alice, desconfiando de que ele estava muito próximo da menina, afastou-o da convivência da família. Ele mesmo, assim que ela se tornou adolescente, desinteressou-se dela. Ficou evidente para todos os biógrafos do autor que ele realmente tinha essa preferência sexual por crianças e não por com idade de adolescentes para cima, mas nada foi constatado sobre molestar alguma criança, mas sua preferência era por meninas entre 6 a 13 anos de idade. Inclusive ele usa um pseudônimo Lewis Carroll como autor do livro em questão, sendo que seu verdadeiro nome é Charles Lutwidge Dodgson e morava na Inglaterra.
Minha intenção é resumir o texto de Carolina Marcello, Mestre em Estudos Literários, Culturais e Inter-artes.

O título original é As Aventuras de Alice no País das Maravilhas, mas antes da publicação era Alice no subterrâneo, a obra é considerada o precursor de livros com personagem criança, já que antes as crianças eram representadas como adultos em miniatura, sem as características e curiosidades de uma criança real. A obra foi voltada para essa faixa etária, já que a Alice do livro tinha 7 anos de idade. O autor também foi um dos maiores impulsionadores da literatura “nonsense”, um gênero literário que subverte os contos de fadas tradicionais, criando narrativas que não seguem as regras da lógica. É precisamente nesse caráter de absurdo que parece ser a singularidade da obra, que se tornou um ícone literário e cultural.
Resumo de Alice no País das Maravilhas

Alice, uma menina inteligente e observadora se depara com um coelho branco vestindo um colete e usando um relógio de bolso, corre porque está atrasado e entra em uma toca, um buraco e ela decide ir atrás dele, sem pensar nas conseqüências de cair dentro desse buraco por pura curiosidade. Ela vai caindo até que chega no País das Maravilhas, um mundo onde tudo parece ser diferente daquilo que ela conhece e durante a queda, observa diversos objetos estranhos e começa a questionar a sua decisão, se reprimindo pela sua imprudência.
Quando termina a queda ela cai numa sala e vê uma mesa com uma chave dourada muito pequena. No fundo da sala, encontra uma portinha e ela vê pela fechadura um belo jardim, mas não consegue passar pela pequena porta por causa do seu tamanho. Tem um vidro na mesa com um líquido e um rótulo que dizia "BEBA-ME" e ela o faz e começa a encolher. Só então percebe que esqueceu a chave em cima da mesa e, agora que é pequena, não consegue mais alcançá-la. Vê então um bolo com um rótulo dizendo "COMA-ME". A menina come, vendo que não crescia começa a chorar desesperadamente e come o resto do bolo e só ai que começa a crescer cada vez mais e a falar coisas sem sentido. Com medo de estar perdendo o juízo, seu pranto também aumenta, formando uma lagoa ao seu redor e ela fica como que, nadando em lágrimas. Novamente surge o Coelho Branco, vestido de gala, que deixa cair as luvas brancas de pelica e desaparece, correndo. Segurando uma das luvas, a menina repara que começa a encolher de novo e começa a se afogar nas próprias lágrimas.

Surgem animais e ela nada até uma praia. Cria um jogo para poderem secar. De novo, vê o Coelho Branco passar e resolve segui-lo. Distraído, ele pensa que a garota é Mary Ann, a empregada, e ordena que vá até sua casa buscar um leque e um par de luvas.
Alice vê um novo frasco com o rótulo "BEBA-ME" e cresce até ficar maior do que a casa. Fica com o corpo preso dentro da casa e os membros e cabeça de fora, o Coelho chama o lagarto Bill para resolver o problema. O lagarto joga pedrinhas na sua direção que se transformam em bolos, a protagonista come um e encolhe, ficando com meros centímetros.
Encontra uma lagarta fumando um narguilé em cima de um cogumelo. Ela lhe pergunta quem é e Alice começa a desabafar sobre todas as transformações que sofreu durante o dia, afirmando que não sabe mais quem é. A lagarta explica que um lado do cogumelo a fará crescer e o outro lado diminuir.

Começa a comer pedaços, mudando de tamanho, até ficar com o seu pescoço preso nos ramos de uma árvore. Uma pomba que chocava os ovos no ninho começa a discutir com ela, acusando-a de ser uma serpente. Come mais um pedaço do cogumelo e volta à sua altura normal e vê uma casa nas redondezas e quem abre a porta é o Mordomo-Peixe, fala que aquela casa era era da Duquesa. A criada faz uma sopa com muita pimenta e a Duquesa nina um bebê, espirrando ocasionalmente. Na sala, está também um gato que sorri. A criança começa a espirrar e grunhir e Alice a embala e quando a coloca de volta, o bebe se transforma em um porco.
A menina foge e reencontra o gato, sorrindo, na floresta. Pede indicações de um lugar para visitar, ele aponta a casa da Lebre de Março e a casa do Chapeleiro
"Visite ou um ou outro: ambos são loucos.” “Mas eu não quero me encontrar com gente louca”, observou Alice. “Oh, não se pode evitar”, disse o Gato, “todos são loucos por aqui. Eu sou louco. Você é louca.” “Como sabe que eu sou louca?” indagou Alice. “Você deve ser”, respondeu o Gato, “ou então não teria vindo aqui.”
Quando Alice encontra o Chapeleiro e a Lebre de Março tomando chá durante a tarde, costume tipicamente inglês. A atitude dos personagens, contudo, é totalmente oposta à de um bom anfitrião. o Tempo é uma pessoa que conhece e com quem o chapeleiro está brigado. Eles ficaram presos em 18 horas, pois os ponteiros não se mechem e eles não podem parar de tomar chá nem têm tempo para lavar a louça.
Vendo que a menina estava querendo ser convidada para lanchar, trocam de cadeiras e de chávenas várias vezes enquanto repetem “Não tem lugar! Não tem lugar!”.

Mesmo quando a menina consegue sentar-se à mesa, não chega a beber nada, por causa das diversas mudanças de cadeiras, charadas, poemas e outros absurdos ditos pelos dois amigos loucos. Ela chega a conclusão que ali todos agiam como se tivessem enlouquecido e irritada com os seus enigmas absurdos. Foge por uma porta escondida em um tronco e vai parar em um jardim.
Lá, as rosas brancas estão sendo pintadas de vermelho por soldados que eram cartas de um baralho. Eles confessam que plantaram as rosas erradas e que a Rainha vai mandar cortar suas cabeças se descobrir Logo depois o casal real chega e todos se curvam, menos Alice. A Rainha manda cortarem a sua cabeça mas logo depois se distrai quando repara que as rosas foram pintadas, ordenando que matem aqueles soldados.

A menina evita o crime, ajudando as cartas a escapar. A Rainha, que não repara, resolve convidá-la para o seu jogo de croquet que está prestes a começar.
“Aos seus lugares!” trovejou a Rainha. E todo mundo começou a correr em todas as direções, tropeçando uns nos outros. Em poucos minutos, porém, estavam todos acomodados, e o jogo começou.
O jogo é muito diferente daquele que a menina conhecia as bolas eram ouriços vivos, os tacos eram flamingos, e os soldados tinham que se dobrar e apoiar os pés e as mãos no chão para formar os arcos. Tudo isto tornava a partida de croquet praticamente impossível de jogar e ia confundindo e irritando os participantes, que "jogavam ao mesmo tempo, sem esperar a própria vez, discutindo sem parar".
A Rainha, cada vez mais furiosa, começa a mandar cortar a cabeça dos jogadores, o que vai deixando Alice desesperada. É então que surge do nada o Gato de Cheshire só com o seu sorriso e começa a questionar a menina sobre o jogo e a garota aproveita para desabafar com ele sobre a desordem, falta de comunicação e ausência de regras do jogo e a ordem habituais das partidas. A Rainha estava escondida escutando e, devido a sua audácia de questionarem os reis, decide condená-lo a morte. Para impedir a sua morte, a protagonista sugere que chamem a Duquesa, dona do gato. Frustrada, a Rainha acaba desistindo do jogo e se oferece para levar a menina para conhecer a Falsa Tartaruga. Antes de partir, a menina escuta o Rei perdoando todos que tinham sido condenados à morte.

Conversando com a Falsa Tartaruga e o Grifo, a menina aprende várias histórias do fundo do mar, juntamente com canções, rimas e adivinhas. Quando lhe pedem para recitar o "Preguiçoso", poema moralizante de Isaac Watts ensinado na escola, erra todos os versos, confusa com tudo o que acabou de escutar.
Alice não disse nada: sentou-se com a cabeça entre as mãos, indagando a si mesma se alguma vez as coisas voltariam a ser como antes.
De repente, escutam um grito que anuncia o início do julgamento e são forçados a sair correndo, sem saber ao menos do que se trata. Encontram o Rei e a Rainha sentados nos tronos e rodeados por uma multidão, preparados para o julgamento. O Rei, com uma peruca branca será o juiz e, na banca do júri, várias criaturas escrevem o próprio nome repetidamente em uma folha de papel, "por medo de esquecê-los".

O Coelho Branco lê a acusação: o Valete de Copas está sendo acusado de roubar as tortas da Rainha. Mandam chamar as testemunhas, que parecem ter sido escolhidas ao acaso porque não sabem nada sobre a situação. Alice, que no começo estava entusiasmada por assistir a um julgamento, começa a ficar cada vez mais irritada com todos os absurdos que vê. Alice é chamada para um julgamento, sem saber do que se trata. Neste exato momento, Alice teve uma sensação muito estranha, que a deixou muito embaraçada até que descobrisse do que se tratava: estava começando a crescer outra vez.
Crescendo cada vez mais, a menina é chamada para depor e derruba a banca do júri assim que se levanta. Alice declara que não sabe nada e corrige o Rei quando ele responde que isso é "muito importante". Então, o Rei cita o "Artigo Quarenta e Dois: Todas as pessoas com mais de um quilômetro e meio de altura devem deixar o tribunal", alegando que Alice tem que abandonar o local. A garota fica ainda mais revoltada quando descobre que a prova que existe contra o Valete é um bilhete sem a sua caligrafia nem assinatura e interrompe. Pois eu acho que não tem um pingo de sentido em tudo isso. Logo em seguida, quando é ordenado que decretem a sentença antes do veredito dos jurados, Alice começa a discutir com a Rainha, mostrando que perdeu o medo dela. Vai mais longe, expondo o absurdo e a loucura de toda a situação: "Vocês não passam de um maço de cartas!”.

Quando finalmente tem coragem de confrontar aqueles que a atacavam, afirmando a sua força e determinação, Alice acorda e percebe que tudo foi um sonho. A menina, que tantas vezes se desesperou no País das Maravilhas, contou todas as aventuras à sua irmã, revelando que foi "um sonho maravilhoso". Quando Alice se levantou para tomar o chá, sua irmã caiu no sono e começou a imaginar as personagens que a garota descreveu. Assim, o barulho das chávenas de chá era, na verdade, o som dos chocalhos das ovelhas e os gritos da Rainha eram os barulhos da fazenda.

Análise da obra
Alice, que embarca em uma viagem para o País das Maravilhas, simboliza a curiosidade e a imaginação que todos temos na infância.
A Lagarta, que vai passar pela metamorfose, simboliza a capacidade de aceitarmos nossas mudanças e transformações ao longo da vida, representada pelas transformações que Alice começa a sofrer na história, tanto no tamanho, como na forma de encarar a realidade. Os questionamentos de sua identidade e até duvidar de si mesma. “Será que eu mudei durante a noite? Vamos ver: eu era a mesma quando me levantei esta manhã? Estou quase me recordando que me sentia um pouquinho diferente. Mas, se eu não sou mais a mesma, a pergunta é: "Quem afinal eu sou"? Ah, aí é que está o problema!”

Quando Alice pergunta a lagarta se ela não vai se sentir estranha quando virar borboleta, ela responde simplesmente "Não, nem um pouco". Nesse caos é uma questão de lógica, pois é da natureza desse inseto passar pela metamorfose.
Isso representa a aceitação de todas as fases que uma criança passa pela vida e das alterações que elas trazem. A sua identidade vai sendo questionada nas relações que Alice tem com os outros personagens. O Coelho Branco pensa que ela é Mary Ann, sua empregada, a multidão pensa que é um monstro, quando fica gigante com a cabeça e as pernas para fora das janelas da casa e quando ela fica presa na árvore é confundida por uma pomba com uma serpente que vinha roubar os seus ovos. Com tudo isso, a menina é forçada a se lembrar de quem é, a afirmar a sua identidade repetidamente, mesmo estando confusa acerca dela. Temos a metamorfose do bebê, que vira um porco também.

O Gato de Cheshire, figura misteriosa que sorri o tempo todo, gato não sorri, jamais, isso é um enigma e surge para indicar o caminho à protagonista mas acaba confundindo-a ainda mais. O encontro marca o momento em que Alice tem que deixar para trás toda a lógica e aceitar que há uma certa dose de insanidade em todos os personagens, como é o caso do Chapeleiro Louco, um personagem que parece estar eternamente preso à hora do chá, mas é um anfitrião nada convencional, tenta impedir Alice de sentar na sua mesa e irrita a menina com enigmas e poemas sem sentido. Auto intitulado de louco, representa o abandono das normas sociais e das regras de etiqueta associadas ao modo de vida britânico na era vitoriana. Espelha o modo de vida britânico da era Vitoriana, o costume de tomar chá de tarde com algo universal, entre outros aspectos.

A Rainha de Copas é a autoridade máxima do país, aterrorizando todos os personagens e forçando-as a obedecer todas as suas ordens e satisfazer os seus caprichos. Além de expressar a injustiça de um sistema monárquico, ilustra a tirania e o abuso de poder, fazendo uma crítica a monarquia.
A relação entre a Alice e os outros personagens reflete a complexidade e o absurdo que existe na vida dos adultos. Ela é a única figura humana que veio desafiar tudo o que antes conhecia, despertando a sua sede de conhecimento e novidade.
Sobre o mar de lágrimas formado quando ela chora e encolhe e começa a se afogar provavelmente indica que está sendo castigada pelo seu mau comportamento: “Seria melhor não ter chorado tanto!” Parece que serei punida agora por isso, afogando-me em minhas próprias lágrimas!”

Outra crítica é questionar o sistema de educação e a forma como o pensamento das crianças é condicionado na época, aprendem lições que devem decorar e cumprir à regra, sem nunca haver espaço para o pensamento crítico ou sequer para a imaginação.
A figura do Coelho Branco representa a passagem inevitável do tempo e parece ser uma referência à Revolução Industrial que trouxe um aumento de fábricas de relógios de bolso à Inglaterra. Sempre sério, nervoso e muito atrasado, simboliza a obsessão com a passagem do tempo e a rotina corrida de muitas pessoas.
Destaque para o diálogo com o gato, muito citado em palestras e filosofia: “Você poderia me dizer qual o caminho para sair daqui?” “Depende muito de onde você quer chegar”, disse o Gato. “Não me importa muito onde...” foi dizendo Alice. “Nesse caso não faz diferença por qual caminho você vá”, disse o Gato. “...desde que eu chegue a algum lugar”, acrescentou Alice, explicando. “Oh, esteja certa de que isso ocorrerá.”

O diálogo mostrando a Alice uma perspectiva sobre a vida que desafia tudo o que ela aprendeu até aquele momento. Ela seguia ordens apenas, sem saber ao certo onde iria dar, sem traçar rumos e trajetórias. O Gato encoraja a liberdade de escolha e a busca de aventura. Ensina a Alice que existem múltiplos caminhos possíveis e que ela deve estar aberta à possibilidade de explorar, de conhecer coisas novas, mesmo sem saber qual é o seu destino. Incentiva a protagonista à deambulação, mostrando-lhe o encanto da viagem sem planos nem mapas. Em seguida, sugere que visite o Chapeleiro ou a Lebre de Março que moram ali perto, para ver que existe a loucura nas escolhas ou pessoas que não tem uma lógica que se pode entender.

A obra abre a perspectiva para a imaginação, como um espaço de liberdade para a protagonista. Lá, ela é convidada a abandonar as regras da lógica e experimentar coisas que nunca imaginou serem possíveis no mundo acima desse lugar.
Na cena do chá, o fato deles estarem brigados com o tempo e presos as 18 horas mostra como o tempo determina o modo de vida das pessoas e como avançamos na vida ou, pelo contrário, ficamos estagnados. O coelho é preso ao tempo, escravo da hora. Ela resolve fugir dessa situação, mostrando que, embora esteja em um mundo de ponta cabeça, continua aprendendo e evoluindo.
Pintar as rosas de vermelho mostra que a Rainha é intolerante, injusta e se impõe provocando o medo de todos que vivem no seu reino.

O episódio parece fazer referência à história da Inglaterra, no caso a “Guerra das Rosas” que ocorreu entre 1455 e 1485, um conjunto de lutas dinásticas pelo trono que se prolongaram, de forma intermitente, por três décadas. As casas de York e de Lancaster, simbolizadas por uma rosa branca e uma rosa vermelha, batalharam entre si para chegar ao poder. O conflito terminou quando Henrique Tudor, de Lancaster, derrotou Ricardo III, rei de York, e casou com a sua sobrinha Isabel, unindo as duas casas.
A partida de croquet manifesta a crueldade e o egoísmo da rainha, encarando os súditos como brinquedos que servem para diverti-la.

Em um mundo onde animais, flores e outras criaturas se comportam como humanos, esta cena trás a desumanização de todos, vistos como meros instrumentos para servir a família real. O Rei estende sua mão para o felino beijar mas ele se recusa, o que resulta em mais um ataque de fúria da Rainha que "só conhecia um jeito de solucionar todas as dificuldades": a violência.
O episódio do julgamento é uma sátira ao sistema judicial, mostrando que a injustiça, a tirania e o absurdo estão presentes até na lei.
As principais questões da obra: a magia da infância, um tempo de imaginação e liberdade. O País das Maravilhas surge como uma metáfora para o modo inocente como as crianças vivem e interagem com o mundo e as suas regras arbitrárias, muitas vezes cruéis e injustas. O desafio de Alice é crescer, embarcar na aventura da sua própria vida. O seu amadurecimento é representado como uma passagem súbita para um mundo estranho e potencialmente perigoso, a realidade dos adultos.

A citação do narguilé, o cogumelo o bolo e os líquidos que ela usou, causa certa perplexidade numa história infantil, pois associa fantasia com os efeitos dessas substâncias psicoativas que provocavam alucinações, que mudariam a sua percepção do mundo, transformando momentaneamente a sua realidade, mas não temos evidências que o autor as usou.
Filme.
A adaptação para o cinema de animação feita por Walt Disney, em 1951, ajudou a popularizar a história, se tornando um clássico.
Contudo, as adaptações para o cinema são muitas e começaram antes, em 1903, com um filme mudo de 12 minutos, dirigido por Cecil Hepworth e Percy Stow.

Em 2010, Tim Burton dirigiu uma nova versão da história, com distribuição do Walt Disney Studio e participação de Mia Wasikowska, Johnny Depp, Helena Bonham Carter e Anne Hathaway.
Além das ilustrações originais de John Tenniel, as personagens da obra foram desenhadas por diversos artistas internacionais, entre os quais se destaca Salvador Dalí, pintor catação e nome maior do Surrealismo. Em 1969, Dalí produziu 12 ilustrações para uma edição especial da obra, uma para cada capítulo do livro.
Em 1871, Carroll publicou Alice Através do Espelho, a continuação do primeiro livro, onde a menina enfrenta vários desafios, em forma de um enorme jogo de xadrez, para se tornar rainha.
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