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análise da obra "O Cortiço"

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 25 de dez. de 2018
  • 2 min de leitura

O João Romão é comparável ao personagem Paulo Honório da obra São Bernardo de Graciliano Ramos. João Romão é um capitalista selvagem, que passa como rolo compressor sobre todos e tudo para acumular dinheiro, sem escrúpulos e com malandragem. O personagem Libório, o velho que se passava por miserável, filando tudo de todos, no final mostra que ele tinha dezenas de garrafas cheia de dinheiro, que guardou dinheiro sua vida toda e no final foi roubado. Aqui temos a aplicação da lei do capitalismo, que é a necessidade de não apenas acumular, mas circular e da lei do mais forte, do mais esperto, o que o João Romão representa.

A existência de cada um depende uns dos outros, isto é, a vida de um acaba afetando a vida do outro mostrando que a comunidade é uma coisa só. A existência está entrelaçada e portanto a personagem principal é o próprio cortiço. Não se separar a vida do João Romão do cortiço, quanto mais ele progride, mais o cortiço cresce. Nesse trecho mostramos como o cortiço tem vida própria e se humaniza: “Eram cinco horas da manhã e o cortiço acordava, abrindo, não os olhos, mas a sua infinidade de portas e janelas alinhadas”.


Todos os personagens são degradados, desumanizados na obra, animalizados e até mesmo os de alta posição têm que se submeter a fazer sexo com quem não ama. Miranda aceita até a infidelidade de sua esposa Estela, para se manter numa posição social confortável.

Temos a presença da teoria do determinismo, teoria que defende que o destino e o comportamento humano são determinados por três fatores: Raça (racismo); clima e meio ambiente ou meio social. Nesse caso, como tudo é determinado, não temos o livre arbítrio e é a sociedade que molda nosso caráter.

A presença do zoomorfismo (comportamentos humanos similares a animais), “ela se contorcia como uma cobra ensandecida...”; “ Ele se comportava como um touro no cio...”; “ela corria como uma gazela nos campos...”, tendo o sexo presente como instinto de sobrevivência da espécie.

Presença da escatologia (referências a gosto e prazer por excrementos, líquidos e secreções produzidos pelo organismo) com a finalidade de rebaixar e homem e demonstrar que ele é bicho e por isso que o sexo é tratado como ato puro sem nenhum pudor ou amor e isso é abundante nessa obra.

O cortiço é uma alegoria do Brasil, uma visão pessimista e crítica do período pós república e urbanização desorganizada e descontrolada acarretando inúmeras doenças na cidade. Diferente do Romantismo, mostramos um Brasil doente num processo de urbanização.

A misantropia está também evidente, pois nenhum personagem nessa obra presta.

Temos três tipos de mulheres na obra, uma submissa ao homem (Bertoleza); A independente, que é a prostituta e depois a Pombinha e a liberal, mas irracional, que age puramente por instinto, que é o caso da Rita Baiana.

Tudo é descrito com a maior fidelidade possível o ambiente e o comportamento dos personagens.

Personagens patológicos, lembrando que naquela época, a homossexualidade era considerado dum problema, mas temos também doença mental (loucura) e doença social.

 
 
 

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