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Análise: Triste Fim de Policarpo Quaresma.

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 15 de jan. de 2019
  • 3 min de leitura

De Lima Barreto

Triste fim de Policarpo Quaresma foi publicado em 1915 e se trata da história do maior patriota brasileiro, que inclusive resgata a cultura indígena, assim como fez a escola romântica da primeira fase de José de Alencar, mas também no Arcadismo de Basílio da Gama. As enrascadas em que se meteu nosso herói é devido a duas características, ser patriota exageradamente, criando confusão ao que estavam ao seu redor e também por ele ser extremamente ingênuo e honesto, embora muito erudito, mesmo assim se dedica a conhecer mais as raízes da cultura brasileira, indígena, musica, no caso da música, a inserção e admiração pelo instrumento Violão, visto na época como instrumento de malandro e finalmente botânica.

A intenção é fazer uma crítica a política militarista e ditatorial do então Marechal Floriano Peixoto e ao mesmo tempo da sociedade carioca.


O ufanismo, coisa que era realmente exaltado pelos governantes, já que estavam começando a viver uma democracia devido a recente proclamação da república, Lima Barreto tinha seus 10 anos de idade quando Floriano Peixoto governou o Brasil, mas o personagem se mostrava doente pelo Brasil, suas idéias mostravam que ele era mais que isso, era obcecado com propostas ao ministro de trocar a língua pátria pelo Tupi Guarani que fugia de qualquer paradigma sensato para época, sem falar que ele já tinha uma idade avançada e ainda era solteiro, mais estranho ainda para os padrões sociais. Ele amava o Brasil e mais nada importava.

Pessoas normais não ficavam enfiadas em livros lendo sem parar, como fazia nosso herói, a não ser que fosse doutor, o que ele não era e nem era Major, como seus amigos o chamava e portanto foi até internado no manicômio.


Todas as suas idéias, projetos para o Brasil brasileiro (indígena) carreira militar, na questão da revolta da marinha contra o governo, agricultor, quando ele tenta produzir e estudar profundamente a botânica, enfim, tudo foi frustrado, mostrando que todo o patriotismo que se tentava impor aos brasileiros era fajuto, era apenas teoria, nada de verdade. O triste fim significa, não a morte, já que ele estava conformado da sua exacussão, inclusive na fala de sua afilhada, mas o fim de seus ideais.

O capitalismo estava entrando com tudo no mundo, aqui se vivia de grandes propriedades, latifúndios, oligarquias, não se dava nenhuma importância á beleza da cultura, ou do povo ou muito menos das tradições brasileiras, por mais que era isso que se pregava, valorização do País, da nossa cultura, nossa arte e nossas origens.

Nada disso importava para o capitalismo emergente, não fazia parte dos interesses da classe dominante, colocar em prática tais idéias, que somente na semana da arte moderna em 1922 se pretendeu, agora em 1915 não fazia nenhum sentido prático. O importante era ficar mais ricos e poderosos. A regra era a individualidade e o personagem se importava com o todo. Creio que essa é a mola mestra das idéias do autor, desmascarar essa contradição e expor a real verdade e intenções. O que pudesse contribuir financeiramente para as idéias capitalistas, seriam bem vindas, senão manicômio ou fuzilamento.

A obra denuncia as arbitrariedades e impunidade de quem está no poder, já que no exercido se escolhia quem vivia ou quem morria. No caso, a mote do Quaresma é mais das idéias, da alma do que da carne.

 
 
 

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