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Frankenstein

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 8 de nov. de 2019
  • 6 min de leitura

Mary Sheley

Essa obra é considerada revolucionária em vários aspectos, embora esteja classificada como gótica escrita no auge do movimento, isto é, foi publicada anonimamente em 1931 na Inglaterra e livros de terror já não era novidade, temos a escrita de uma história dentro da história, isto é, o Doutor Victor Frankenstein está num barco contando a história de sua criação, que não tem nome, ele simplesmente o chama de criatura, um monstro assassino criado em laboratório com partes de corpos e dado vida com eletricidade. Seria o que hoje chamamos de andróide, um robô semelhante a um ser humano, que tem vida por eletricidade, tomada todas as devidas proporções. Outra importância e novidade é que, ainda muito jovem, foi capaz de escrever o clássico Frankenstein, um dos romances mais famosos e influentes de todos os tempos, escrito por uma mulher, que na época era algo inaceitável, pois o mundo era dos homens e somente isso foi possível porque o editor não colocou o nome do autor no livro publicado inicialmente em 1818, que foi elogiado por Lorde Byron e até seu marido. Ninguém desconfiou que seria da Mary e sim seu pai, que era um intelectual e escritor ou também e marido.


Mary Sheley teve uma vida muito complicada, embora de uma família abastada, a morte esteve presente constantemente e bem próximo de si e fazer ressuscitar era algo que estava no seu desejo, já que teve quatro filhos e três deles morreram. Percy Shelley com sua esposa Mary e sua irmã Claire, que depois ficou amante de Byron viajavam pelo continente europeu e se hospedaram em Genebra, na Suíça no Castelo de Lorde Byron, escritor famoso do Romantismo da segunda fase, tiveram uma discussão calorosa sobre livros de terror e ele propôs que os convidados “homens” escrevessem uma história de terror. Ela não participou da discussão, mas ouviu atentamente e foi um motivo para que, depois, ela tivesse condições para escrever sua obra. No futuro ela define o que acha o que é terror: “[…] uma história capaz de falar aos misteriosos temores de nossa natureza e de despertar um horror arrepiante – uma história que fizesse o leitor ter medo de olhar a sua volta, que congelasse seu sangue nas veias e lhe acelerasse as batidas do coração.”


Escrever sobre uma criação é tocar no assunto mais filosófico e metafísico de todos os tempos, sobre o sentido da vida, a origem da vida, a criação.

Outro ponto importante é que seu marido adorava ciências e até tinha um laboratório em sua casa para realizar experimentos e a eletricidade era a grande sensação do momento. O grande diferencial dos monstros e da “criatura” é que esse ser criado não era nem bom nem mal, não tinha instintos de matar. O terror vem do que ele iria se tornar e corrobora com as idéias de Jaques Rousseau de que o homem nasce bom, mas a sociedade é que corrompe.

A sinopse eu vou simplesmente copiar e colar do site “Leiaparaviver”, que tem canal no youtube com o blogueiro e historiador Rodrigo Villela: “Podemos entender a estrutura do livro Frankenstein como uma história, dentro de uma história, dentro de outra história.


Tudo se inicia com a narrativa do chamado Capitão Walton, um aventureiro que deseja chegar ao polo norte com sua tripulação. Os acontecimentos são transmitidos através de cartas que este envia para sua irmã.

Em certo momento o capitão observa, no gelo e no meio do nada, uma criatura estranha sendo levada num trenó por alguns cachorros.

Pouco depois, ele salva um homem que estava preso numa placa de gelo, praticamente esperando pela morte. Esse homem era o Victor Frankenstein (ou, o Dr. Frankenstein).

Walton e Victor se tornam amigos, ao ponto do cientista contar toda sua história para o capitão.


Nesse instante da narrativa, entramos na história dentro da história, tendo em vista que Walton conta para sua irmã, através das cartas, o que ocorreu com seu novo amigo.

Victor nasceu numa família rica, em Genebra, na Suíça. Ele, desde a infância, criou profundo interesse por alquimia, lendo constantemente sobre o assunto.

Após a morte de sua mãe, Frankenstein se muda para a Alemanha com o objetivo de estudar ciências naturais na universidade.

Fixado com a ideia descobrir a origem da vida, ele tenta criar um ser humano por conta própria, utilizando-se de partes do corpo recolhidas num cemitério.

Depois de anos, ele consegue dar vida ao que, na obra, é chamado de “criação” ou de “criatura”.


Contudo, o aspecto desta criatura lhe provoca nojo e desprezo. O cientista, por fim, foge e abandona a criação à própria sorte. Um tempo depois ele recebe uma carta que seu irmão mais novo Willian tinha sido assassinado e a culpa caiu sobre Justine quem cuidava dessa criança e condenada e executada, mas na cabeça do Victor não deveria ter sido ela, mas sim a criatura

Num determinado momento, muito tempo após o abandono, criador e criatura se reencontram e a criatura consegue contar tudo que ele passou.

Após grande insistência, a criatura consegue a atenção de Victor e conta sua história.

Entramos, nesse momento, na “terceira” história da obra, tendo em vista que a criatura narra toda sua triste experiência num mundo comandado pelos humanos. Ele teve que aprender a se comunicar com grande dificuldade e fala como esses homens tiveram o desprezo pela criatura e pede que Victor faça um ser feminino para que possa ser companhia para ele, já que ele é desprezado por todos e vive absolutamente só. Victor cria tal criatura versão feminina e depois disso sua vida toma um rumo bastante trágico. ”


Se compararmos com a obra Drácula, escrita décadas mais tarde, esse livro é mais divertido, embora temos a humanização do monstro, assuntos ligados a religião são inevitáveis de deixar de comentar, a criação de deus,. A superioridade dos homens, as críticas que Mary Sheley coloca estão relacionadas diretamente com sua vida e dos demais, a tecnologia e desenvolvimento da ciência muito presente e até a profanação de corpos mortos é questionável e avançado para àquela época, até nos dias de hoje temos regras e moral e todo o dilema da criatura viva ser restringida a um nada, retalhos de partes do corpo de pessoas que já viveram suas vidas, bem ou mal, regendo o que se deve fazer com corpos depois de mortos, imagina em 1931. Frankenstein virou não só um ícone gótico de terror, mas também levantou questionamentos admiráveis sobre os limites da vida e da morte e o quanto vale a busca pela imortalidade

Depois dessa obra, certamente poderemos lembrar de centenas de obras que remetem a esse tema, já falamos dos andróides, não se pode esquecer da obra “Os andróides pensam em ovelhas elétricas” de Philip K. Dick em que as criaturas vão atrás do seu criador para poder ter mais tempo de vida. A solidão do monstro lembra Robson Crusoé, um naufrago que fica sozinho numa ilha e precisa de outra pessoa ou Quasimodo o órfão deformado que fica restrito a igreja de Notre Dame, que Vitorr Hugo começou a escrever em 1831 enfim, até hoje se criam sobre esse tema.


Filme

Mary Shelley's Frankenstein (1994). Sinopse: Em 1794, um explorador no Ártico ao tentar abrir caminho através do gelo encontra Victor Frankenstein (Kenneth Branagh). Logo depois os cães decidem atacar uma criatura (Robert De Niro), que os mata rapidamente. Assim, Victor decide contar-lhe, como tudo começou, quando ele foi estudar medicina em Ingolstadt, deixando para trás sua noiva e levando consigo uma única obsessão: vencer a morte. Na faculdade, ao discordar de um renomado mestre, acaba chamando a atenção de outro, que revela seus experimentos em reanimar tecidos mortos. No entanto, este pesquisador assassinado e o culpado pelo crime enforcado, então Victor decide colocar o genial cérebro do mestre no vigoroso corpo do assassino, mas as conseqüências de tal ato seriam inimagináveis.


O melhor filme de Frankesntein é o dirigido pelo ator Inglês, especialista em Shakespeare Kenneth Branagh que fez sua obra com bastante cuidado com lindos cenários de época, assim como Dracula de Bram Stoker de Francis Ford Copolla, o filme definitivo de vampiro. Destaque também para as atuações formidáveis de todo o elenco, Robert De Niro como a criatura está espetacular, a bela Helena Bonham Carter que está deslumbrante como sempre e é minha ídala, Elizabeth Lavenza numa atuação segura e o diretor Kenneth Branagh como Victor Frankenstein, ótimo por sinal tanto como ator como diretor. Temos algumas pequenas falhas de montagem que não compromete o todo e pra finalizar a grande maquiagem que é o que mais chama a tenção em filmes do sobrenatural agraciado como a melhor maquiagem no Oscar.


Efeitos especiais na medida certa, bem caprichada, O fluido amniótico em que a Criatura nasce na verdade era uma espécie de geléia borbulhante. Durante as filmagens, Robert De Niro entrou e saiu tanto do tanque com este líquido que a geléia criou um grande rasgo no terno utilizado pela Criatura. O mesmo para a fotografia lindíssima que surpreende a todos. Um roteiro com uma história cativante me prendeu do início ao fim, enfim adorei. Um filme inesquecível.

Sites consultados

www.adorocinema.com

 
 
 

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