Guerra de Canudos (Os Sertões)

Direção e roteiro: Sergio Rezende.

Sinopse: Em 1893, Antônio Conselheiro (José Wilker) e seus seguidores começam a tornar um simples movimento em algo grande demais para a República, que acabara de ser proclamada e decidira por enviar vários destacamentos militares para destruí-los. Os seguidores de Antônio Conselheiro apenas defendiam seus lares, mas a nova ordem não podia aceitar que humildes moradores do sertão da Bahia desafiassem a República. Assim, em 1897, esforços são reunidos para destruir os sertanejos. Estes fatos são vistos pela ótica de uma família com opiniões conflitantes sobre Conselheiro.

O filme (1997) tem quase três horas de duração com uma gigantesca e excelente produção é envolvente, cheio de nuances a o papel da atriz Abreu é cativante.

A parte histórica baseada da obra Os Sertões de Euclides da Cunha se conectou perfeitamente com uma vivacidade enriquecedora a obra tão árdua e de difícil compreensão. Temos a inserção de uma liberdade poética com a presença fictícia de uma ou mais famílias que não compromete em nada o resultado final, tonando a guerra mais suportável de se assistir.

Os detalhes são de uma veracidade tão bem dirigida que faz com que o espectador sinta exatamente o que os personagens sentem e consegue prender a atenção do começo ao fim. A ficção se conectou com a realidade e com destaque para a família principal, principalmente a personagem Luiza, uma das melhores atuações da atriz Claudia Abreu.

A atuação de José Wilker como Antônio Conselheiro nos instiga a conhecer mais desse ser messiânico tão estranho e cativante, sem citar as lutas retrata de uma maneira bem fiel e a agonia do Major Moreira Cesar, quase uma comédia. As atuações de Marieta Severo, José Abreu, Selton Mello e Paulo Betti também merecem elogios. Um grande filme do diretor de Sérgio Rezende. Trilha sonora de Edu Lobo e Cristovão Bastos ótima. Enfim é mais uma obra-prima do cinema brasileiro. Nota 10.

Todas as fotos retiradas do site adorocinema.com