top of page
Blog: Blog2

Iracema- A Virgem dos lábios de mel.

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 1 de abr. de 2019
  • 9 min de leitura

Atualizado: 6 de abr. de 2019


De José de Alencar.

Iracema é a obra máxima de José de Alencar, o representante maior do Romantismo no Brasil, Cearense, nessa obre ele busca retratar o indígena idealizado ao mesmo tempo em que conta a formação do Ceará.

Iracema é um anagrama de América, as letras da palavra América forma Iracema. Dessa forma, essa indígena é a representação do Brasil virgem, sem a ocupação dos Portugueses e o próprio personagem deve se manter virgem, caso contrário morrerá. Na história teremos o invasor português como herói, na figura de Martim. Esse nome tem duas representações, pois Martim seria o dono de fato das terras por capitanias hereditárias e ao mesmo tempo representa o guerreiro valente na mitologia romana seria Marte o deus da Guerra ou ainda o mártir.


A obra na época foi muito criticada, pois o autor idealizou demais a indígena Iracema, filha de Araquem, o Pagé da tribo e que guarda o segredo de Jurema e é irmão de Caubi. O fato é que o autor escreveu uma obra indígena sem nunca ter visto de verdade um índio na vida toda. Também utilizou muitos termos Tupi-Guarani e mitologias que o público leitor não era familiarizado. Até nos dias de hoje é uma obra de difícil compreensão na primeira leitura e muito menos sem uma introdução a obra.

O romance começa com o encontro do casal protagonista Iracema e Martim.


Ela está repousando em sua sesta quando percebe um guerreiro estranho e assustada lança uma flecha que atinge o guerreiro, que não reage e ao ver que ele não possui nenhum tipo de má intenção busca acudi-lo. Nesse momento um se encanta pelo outro, ele se apresenta-se como Martim e falava a língua dela, pois já morava em outra tribo rival e se perdeu de seu amigo índio Poti. Iracema leva-o a sua tribo e é apresentado ao líder dos Tabajara, que o recebe com honras. O Pajé pai de Iracema oferece belas mulheres para dormir com Martim, um costume da tribo, mas ele quer somente Iracema. Ela diz que é impossível, pois guarda o segredo de Jurema e portanto sempre permanecerá virgem. No romantismo a questão de sexo é algo improvável e por isso que se cria um motivo para que os personagens passem o romance inteiro buscando os “finalmente” e não consegue ou somente nos último momentos, mesmo assim, com muita dificuldade. Como ele não pode deitar-se com Iracema ele recusa e decide ir embora da tribo. Entretanto, Iracema vai atrás dele, pedindo para ele voltar. Martim aceita, pois estão mutuamente apaixonados. À noite, passeiam pelo bosque e ficam muito próximos. Um guerreiro tabajara avista a proximidade dos dois. Ele tenta ferir Iracema e acaba ferindo Martim.


Irapuá, o pretendente de Iracema da tribo Tabajara, com cem guerreiros cerca Martim e o chama para um duelo pela moça. Caubi intervém e Iracema tenta impedir esse confronto, mas Martim aceita e o embate e esse começa, porém são interrompidos com gritos de guerra de uma tricô inimiga, os Pitiguaras. Todos recuam, mas o casal Martim e Iracema fica imóvel. Não fica claro quem emitiu esse grito de guerra, se foi Iracema para evitar o confronto, ou se o amigo Poti estava por perto, o fato é que quando voltam a tricô, o valente guerreiro Irapuá foi ameaçado de morte pelo Pajé Araquém se ele levantasse mais uma vez a mão contra seu hóspede Martim.

Poti emite na noite um grito de guerra da sua tricô, Iracema tem medo, pois a tribo de Poti era mais forte e poderosa que a dela, mas na verdade Poti estava sozinho e falou que veio buscar seu irmão branco. Ficou combionado que numa noite de festas dos Tabajaras, Martim fugiria ao encontro de Poti.

Voltando para a cabana, Martim decide partir de vez, mas leva como presente uma rede dada por Iracema e antes de partida, Iracema dá um beijo em Martim e resolve ir com ele. Ela sabe que não pode ir, além disso, senão morrerá. Quem os acompanha também é seu irmão Caubi. No caminho para a tribo de seu amigo Poti, Martim percebe que inimigos de uma outra tribo estão atrás dele. Ele começa a se lembrar de sua noiva deixada em Portugal, seu sentimento fica dividido entre a loira dos castos afetos e virgem morena dos lábios ardentes com gosto de mel e ela percebe seu olhar distante e então acontece a primeira noite dos dois.

Não fica explícito o que se passou, ela dá uma bebida alucinógena a Martim, que imagina que se deitou de fato com Iracema, mas não tem certeza. Ele acorda perturbado com suas lembranças e sabe que precisa partir. Iracema então leva o amado até o encontro do seu amigo Poti. Ao chegar ao limite entre as duas tribos, Iracema decide repentinamente, sem explicação alguma, que nunca vai abandonar seu amado Martim e continua a caminhar com ele. Martim, apaixonado por Iracema, decide fazer uma cabana próxima a uma aldeia amiga para morarem e chama Poti para viver com o casal. Os dois vivem felizes em sua cabana. Iracema revela que está grávida, mas as coisas se complicam pois virão várias guerras em que Martim precisa lutar, uma para defender sua tribo junto com o Poti. O guerreiro parte sem se despedir de sua amada e ao voltar, já não é mais o mesmo, pois sente falta de sua terra natal Portugal e seu pensamento fica distante de Iracema.


Vem uma guerra atrás da outra e Iracema, grávida, sente a falta de seu esposo. O bebê nasce, mas Martim está novamente ausente em outra guerra e ela fica só na cabana. Iracema recebe a visita de seu irmão Caubi, que fica feliz em conhecer seu sobrinho, mas triste em ver a desolação em que se encontra Iracema, que sente saudades do pai, da tribo que viveu. Porém, de tanta tristeza e saudade que sente, Iracema não tem mais leite para amamentar seu filho. Martim chega da guerra, mas já é,tarde demais, pois ela esá tão frágil e abalada que está definhando. Com pouca força em sua voz e gesto, ela lhe entrega seu filho, chamado de Moacir, e ,em seguida, vem a falecer. Quando Iracema morre, ela é enterrada por Martim e seu amigo Poti à beira de um coqueiro de que ela gostava muito. Diante desse coqueiro, sempre se ouvia um lamento; era o lamento de sua ave de estimação, que sentia sua falta. Assim, o canto da jandaia (uma ave) se chamava de Ceará, onde ali foi fundada.


Publicado em 1865, Iracema faz parte da tríade dos romances indianistas, juntamente com O Guarani e Ubirajara, sendo considerado o mais maduro deles, pois admite várias interpretações, com uma excelente estrutura narrativa. É considerado um poema em forma de prosa, com características épicas, em que tanto Martim como Iracema são heróis. Iracema é uma típica heroína que representa o romantismo: espera o amado, se entrega a ele, fica com saudades, e morre por

essa saudade. Iracema possui um narrador onisciente. Através de uma linguagem tipicamente brasileira e cheia de metáforas e palavras indígenas, não só em Iracema como em outras obras, o autor demonstra características que o levam a uma singularidade na representação e afirmação da cultura brasileira.


Análise da obra.

Iracema é a obra prima de José de Alencar da trilogia indianista e é consenso universal que essa obra é prefeita em todos os sentidos, atenta os preceitos do romantismo devido a idealização dos personagens e do lugar. Os protagonistas não têm defeitos, somente qualidades, a índia Iracema e uma perfeição da natureza, tem poderes míticos, conhecimento sensibilidade, educação primorosa e dignidade. A protagonista é Jovem, bela, esperta e sedutora, além disso é filha do pajé, uma guerreira nata.


O mesmo serve para o protagonista português que não se abate diante das provocações, entra sem medo na tribo inimiga e luta pela mulher amada contrariando tudo e todos, enfrenta seu maior e mais forte in inimigo, levando quase a morte para poder ficar com Iracema, sua paixão e ao mesmo tempo tem honra a responsabilidades para os compromissos que fizera antes de conhecer Iracema, É fato que ele é um português e tem lembranças de saudades de sua terá natal, já que aqui no Brasil ele estarai cumprindo uma missão, portanto o fato dele se lembra de sua noive loura da terrinha, não compromete a intenção dele amor e querer ficar com Iracema. Também

Ele honra a amizade com Poti, que depois será batizado e será responsável na Guerra contra invasores holandeses lutando juntamente com os portugueses. Embora ele procure se instalar provisoriamente numa tribo inimiga Tabajara por causa de Iracema, ele mantém fiel a tribo Potiguara que pertence a seu amigo-irmão Poti e é para a tribo de Poti que ele vai depois de decidido ficar com Iracema. Em todos os momentos em que ele se casa com Iracema, se torna fiel e responsável pela índia, que com seu grande amor que tem por Martim, vai se definhando, pois ela sabe que ele ainda ama a portuguesa e morre por amor, mais uma demonstração da ideologia dos personagens.


Quanto a questão da linguagem, um romance pó[ético ou um enredo lírico mostra a capacidade e grandiosidade de José de Alencar faz uma obra inteira com tanto lirismo que em certo momento pode prejudicar a carga dramática. Lendo uma obra dessa envergadura, não fica tão claro de início a paixão avassaladora que Martim tem em relação a Iracema, mas com as palavras e simbologias é possível entender que ele se encanta de forma a desejá-la e não trocá-la por mais ninguém, quer dizer, somente Iracema povoa o imaginário de uma mulher totalmente atraente e sedutora. Comparações como uma viagem que tem os cabelos mais negros que as plumas da graúna, mais longos que a folha da palmeira e os pés grácil que alisam a plumagem da vegetação da selva é algo totalmente idealizado e grandioso para descrever uma moça jovem e ainda com talento com as armas e caça, além do poder mítico com poções alucinógenas.


Um ponto polemica que torna a obra mais atrativa, mas mais confusa também, é o fato de José de Alencar usar e abusar do uso de palavras tupi-guarani, o que enriquece o vocabulário nacional, dando uma característica mais brasileira a obra e também crenças e rituais que os leitores daquela época, a posso dizer até hoje também,,. Não conheciam e nem eram familiarizado o que deixa a trama mais confusa e frouxa porque não az parte dos nossos costumes. Logo de início existe três choques de interpretações. O guerreiro português é inimigo dos Tabajaras e ao conhecer e se apaixonar pro uma Tabajara ele vai dormir na tribo inimiga como hospede de honra? Pois é, o costume é sempre receber um hospede que vem em paz com honta. Depois ele quer se ditar com Iracema, mas ela diz que é ela é virgem de Tupã e guarda o segredo de Jurema. Quem é esse tupã? O segredo de Jurema é um ritual religiosos em que todos bebem uma bebida alucinógena que é feito de uma árvore chamada Jurema e Tupã seria esse ser místico como o Deus protetor da tribo.


Portanto ela não pode se deitar com o guerreiro, caso contrário ela morre. Martim já tem uma noite em Portugal, a virgem loira dos castos afetos o que seria até compreesivo que ele não se deite com Iracema, mas o amor é tanto e a paixão e avassaladora que Iracema no decorrer da história vai entregar o segredo de Jurema e estará fadada a morte por amor. Isso para nós é meio incompreensivo, claro que se ele, o Martim é compromissado, não poderia ficar com a índia e ela deveria morrer, mas cá entre nós, de forma bastante complexa para nós que não conhecemos tais costumes indígenas, o que fica parecendo uma conclusão da problemática da obra algo meio que forçada. Fora isso ela é prometida a Irapuã, cacique Tabajara, que fica de fora da história, teremos uma disputa na luta com Martim e Irapuã, que quase derrota Martim, mas Caubi e Iracema impedem.


José de Alencar vai utilizar dois nomes de personagens reais da história Brasileira, Martim Soares Moreno foi o português que povoou o Ceará. Depois da divisão do Brasil em capitanias hereditárias, o legítimo prpoprietário do Ceará naufragou e a terra ficou sem dono. Martins invadiu e praticamente fundou o Ceará. Poti também é um personagem real, e na histórioa ele vai voltar com Martins para Portugal, vai ser batizado na igreja católica e receber o nome de Felipe Camarão e vai ser um dos índios que vai lugar com os portugueses contra a invasão Holandesa no Maranhão. Por isso na obra, Iracema antes de morrer, vai dar um filho a Martins, o Moacir, que significa filho da dor e será o primeiro brasileiro legítimo e o primeiro cearense

de fato que seria a união do português povoador com o índio nativo. Esse livro seria o mito da formação dos brasileiros e Iracema a grande mãe da raça brasileira. Portanto como é romantismo tudo é válido, não é a toa que no final do livro o Deus cristão é chamado de o verdadeiro Deus, denegrindo os deuses das diversas tribos, mas isso é idealismo e é a característica do romantismo.

Filme: Iracema, a Virgem dos Lábios de Mel Filme de 1979. Direção de Carlos Coimbra. Elenco: Helena Ramos; Tony Correia; Carlos Koppa; Francisco Di Franco; Alberto Ruschel. É uma adaptação cinematográfica do romance homônimo de José de Alencar,[1] na verdade uma forma de aproveitar a beleza da atriz Helena Ramos, um símbolo sexual dos anos 70. Roteiro: Carlos Coimbra; José de Alencar (romance); Zaé Júnior

 
 
 

コメント


  • generic-social-link
  • twitter
  • linkedin

©2018 by a obra por trás do filme. Proudly created with Wix.com

bottom of page