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Macunaíma de Mário de Andrade

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 9 de fev. de 2019
  • 3 min de leitura

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Macunaima

Essa obra deveria ser analisada conjunto com A Bagaceira de José Américo de Almeida porque são muito emblemáticas e ambas foram publicadas no mesmo ano, 1928, embora Macunaíma foi escrita dois anos antes. A primeira é a representação máxima do amadurecimento das propostas da semana da arte moderna e a segunda é a obra de transição dessa primeira fase do modernismo para o que foi chamado de geração de 30, marcada por um retorno ao estilo realista dentre as escolas literárias.


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Macunaíma é de longe uma obra prima sem precedentes, impossível resumir para esse blog, pois existem tantas referencias tantas reviravoltas e tantos personagens que seria um modo reducionista de falar dessa grande obra, mas algumas coisas podem dizer. Mario de Andrade, para a literatura, o maior representante do modernismo no que se refere a literatura de crônicas da primeira fase do modernismo, escreveu essa grande obra em poucos dias, diz-se que ele sentou e em 6 dias a obra estava pronta.


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Mito ou verdade, o fato é que Mário de Andrade já tinha muito material para poder escrever o livro, havia muitos estudos sobre nossos índios, principalmente da mitologia, lendas e costumes, portanto para colocar numa obra ficcional seria um passo. Lá ele usa e abusa desse material, inclusive parte da obra tem trechos em tupi guarani, utiliza di simbolismo, do surrealismo e introduz com maestria as inovações propostas pelos seus colegas modernistas.


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Não existe uma lógica na história, os fatos vão acontecendo desde que nasce o Macunaíma, filho da noite com o medo, nasce de uma índia preto. Já temos a ironia e constatação do brasileiro sem caráter, frase cunhada pelo autor. Esse sem caráter tem a conotação de que não tínhamos uma característica puramente brasileira, uma mistura de negros africanos, com colonizadores portugueses, imigrantes italianos, que fica evidente na figura do gigante Pietro Pietra e evidentemente os nativos indígenas. O primeiro romance que Macunaíma tem é com uma amazona, que na tradição não poderia ter relacionamento com heterossexual e portanto ela morre e deixa um talismã.


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Na obra não temos uma linha do tempo, nem de espaço, embora o autor coloca de forma lúdica a diferença entre São Paulo, cidade que mora Pietro, que roubou o Talismã e da região amazônica. Mas tem uma cena em que o gigante corre atrás de Macunaíma atravessando vários estados brasileiros. Enfim, obra difícil de ler, entender, por se tratar de algo surreal e com um enredo fragmentado.

Filme.


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Macunaíma foi dirigido por Joaquim Pedro de Andrade em 1969, em plana ditadura linha dura, reunindo um elenco com estrelas todas famosas e importante no cenário cinematográfico brasileiro. Sinópse: Macunaíma é um herói preguiçoso, safado e sem nenhum caráter. Ele nasceu na selva e de preto (Grande Otelo), virou branco (Paulo José). Depois de adulto deixa o sertão em companhia dos irmãos (Milton Gonçalves e Rodolfo Arena) e vive aventuras na cidade. Macunaíma ama guerrilheiras e prostitutas, enfrenta vilões milionários como Venceslau Pietro Pietra, o gigante (Jardel Filho), vigarista (Hugo Carvana), policiais e personagens de todos os tipos.


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Esse filme é de longe a melhor adaptação cinematográfica da obra original, tivemos uma adaptação para o teatro com Antunes Filho, muito aplaudida pela crítica e público, mas no cinema, não tem comparação. Segue o estilo do Cinema Novo, com intenção de mostrar nossa cultura, sendo que o filme vai além e torna-se uma crítica alegórica ao Brasil dos anos 60 que, que como eu disse, estávamos sob a Ditadura Milita e este fato não existe no livro, daí a originalidade e criatividade da adaptação feita diretor valorizando ainda o seu brilhante trabalho. O elenco tem Grande Otelo (como o Macunaíma negro) e Paulo José (como o Macunaíma branco), Jardel Filho, Milton Gonçalves, Dina Sfat, Rodolfo Arena, Hugo Carvana, Joana Fomm, Zezé Macedo, Wilza Carla, um grande elenco.

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