Memórias de um Sargento de Milícias
- Fernando Carlos
- 20 de abr. de 2019
- 12 min de leitura

De Manoel Antônio de Almeida.
Embora essa obra pertença ao período da escola literária do Romantismo ela não atende as características dessa escola, áleas, ela é uma obra única, peculiar que não atende nenhuma das normas literárias normais, como por exemplo, não se pode dizer que é uma novela porque, embora tenha um enredo linear com uma trama central e poucas outras tramas paralelas, existem muitos personagens e é extremamente complexa para ser apenas uma novela, m,as também não é um romance, pois seus capítulos são curtos, alguns com três páginas e não existem tramas paralelas o suficiente para ser chamado de romance romântico, a única característica de fato é o final feliz, mas mesmo esse também foge do que se espera normalmente, o casamento de um herói com a mocinha bela virgem e de alta sociedade.

Primeiro que ele é um anti-herói, ele é o típico malandro, o primeiro personagem malandro da história da literatura, que seria somente ser repetido com o personagem de Monteiro Lobato , o Jeca Tatu e depois no modernismo o personagem de Mário de Andrade Macunaíma, o preguiçoso. Aqui nosso herói Leonardo nunca trabalhou, embora ele chegou a patente de sargento, em nenhum momento da história ele trabalha, vai enrolando. A mocinha, que normalmente é idealizada pelo autor romântico, a grande paixão do herói é sempre jovem, inteligente, rica ou vai receber uma herança. É endeusada nos bailes e saraus do rio de Janeiro e cortejada por muitos. Aqui não, teremos a Luizinha, uma jovem feia, nas palavras do autor, mas órfã, que vive sob a tutela da tia rica Dona Maria e é cobiçada por um espertalhão que não a ama, mas deseja casar-se pela sua herança, o José Jorge.
Essa obra é gigantesca, perto das demais, que não passavam de 20 capítulo normalmente. Aqui teremos a obra em duas partes, a primeira que conta a história do nosso anti-heroi do nascimento até a adolescência com 23 capítulos e depois a sua vida adulta até o final feliz com 25 capítulos. O autor desejou fazer uma história baseada em suas próprias lembranças e contar os vários tipos de personagens do subúrbio do rio de janeiro, em direção oposta as demais obras que privilegiava a elite no segundo reinado.

Manoel Antônio de Almeida sempre desejou ser médico, e assim o fez, mas ao se formar em medicina, entrou para um jornal e foi elevado a diretor. Foi ele quem reconheceu o talento de José Maria Machado de Assis e apadrinhou o futuro gênio da literatura brasileira. Machado de Assis faz uma homenagem ao seu padrinho cultural ao escrever a obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, nome referente a essa obra, embora a sua maneira e com outros propósitos e estilo próprio, mas se não fosse Almeida, que desse a chance para o Machado de Assis, pode ser que ele se mantivesse como tipógrafo a vida toda e não escreveria suas grandes obras. Almeida se envolveu em política, mas do lado oposto ao do Imperador Dom Pedro II, ele era um liberal anti-monarquista e, portanto fugiu dos padrões da época de idealizar o nosso povo brasileiro, de buscar uma identidade heróica e idealizada aos moldes do que pregava o grande patrono da literatura José de Alencar, que sempre foi monarquista e com suas obras indianistas traziam uma imagem gloriosa para a formação da nossa identidade nacional, Almeida foi em direção inversa, ele pegou tipos de personagens, nada idealizado, pelo contrário, inclusive a mulher mais bonita e desejada na obra era uma mulata, que na época era nada valorizada por ter vindo dos escravos, muito mal vistos, pois se vivia a escravidão no Brasil. Essa obra foi escrita em 1951 e a abolição iria acontecer somente em 1888. Os personagens fazem tipos sociais, o padre corrupto, a mulher adultera, o pai oportunista, o policial sem firmeza nas posturas, enfim, tipos sociais que seria melhor explorados na escola naturalista futura, não essa do romantismo, mas vale a intenção de mostrar nossa identidade nacional, que é a do malandro vagabundo e preguiçoso. Manoel Antônio de Almeida teve uma morte ainda muito jovem e, portanto não temos outras grandes obras, infelizmente.

A questão de aprofundamento psicológico existencial dos nossos personagens passa longe disso, inclusive a moral, pois o caráter é amoral, e a personalidade é rasa sem aprofundamento nas questões de reflexão. Nossos personagens simplesmente fazem a ação, é um romance de ação, de aventura, sem grandes paradas para reflexão, pois mostra a vida como ela é e o autor começa com a seguinte frase: “Era na época do rei....” como se fosse contar com conto: “Era uma vez...” o que tira a precisão temporal da história, já que são lembranças do personagem Leonardo que viveu na época que veio a família real ao Brasil o Dom João VI, o Rei de Portugal.
Outra característica fundamental é que a linguagem é coloquial, não formal, muito diferente das outras obras como A Moreninha de Macedo ou Diva de José de Alencar, que mesmo sendo cartas escritas em primeira pessoa, temos uma linguagem formal erudita floreada e riquíssima e aqui aparecem gírias, expressões indígenas ou africanas sem o menor constrangimento. A concepção de Leonardo é algo muito curioso, pois ele foi gerado por uma pisadela e um beliscão. Isso mesmo, assim que o autor descreve a cena de sexo de seus pais, Leonardo Pataca com Maria das Hortaliças. Eles eram portugueses e no navio Leonardo Pataca dá uma pisada em Maria que retribui um beliscão no braço na viagem que estavam fazendo para o Brasil e eles se engravidam antes de chegar aqui, quer dizer, o Leonardo filho foi fruto de uma pisadela e um beliscão.

O problema é que a Maria das Hortaliças, uma camponesa lá de Portugal não era nada santa, mas uma adultera que dormia com todos a sua volta, enquanto o Leonardo Pataca trabalhava como meirinho no centro do Rio, um agente judicial, mas quando Leonardo filho tinha 7 anos de idade, Leonardo Pataca desconfiado, volta para sua casa e pega em flagrante sua mulher Maria das hortaliças com outro, que foge desesperado sem ser identificado e a Maria é expulsa de casa e logo foge para Portugal com o capitão do mesmo navio que a trouxe. Leonardo (filho) é um terror de criança, peralta ao nível máximo, um diabinho e seu pai não tem paciência e o expulsa também com um chute em seu trazeiro, o que vai magoá-lo muito e prefere morar com seu tio, que é barbeiro e nas horas vagas atua como médico. Leonardo Pataca se encanta com uma cigana e passa a viver com ela num misticismo inesperado e inexplicável.

O problema é que o padrinho não consegue dominar esse menino inquieto e desobediente, nem na escola ele consegue ficar. Foi expulso dois anos depois, sua madrinha, a parteira que trouxe ele a vida tenta ajudar o barbeiro, mas mesmo assim não tem como domar essa criança, nem emprego ele consegue ficar. Faz inúmeras peraltices. O desejo do padrinho é que ele siga carreira eclesiástica e entrega o garoto ao padre local, que o coloca como pré-padre, um sacristão menor que hoje se chama coroinha, mas não adiantou, pois ele só fazia artes, diabruras. O tempo foi passando, ele foi crescendo e formando a figura do nosso anti-herói, já na adolescência esse menino já era odiado por todos . Nessa época em que já é um pré-moço conhece sua mulher e paixão de sua vida, ela se chama Luizinha e é órfã e vive sub a tutela de sua tria rica, rechonchuda e que gosta de “causas”, que num primeiro momento vai achar boa essa relação e ele descobre o que é o amor.
Fim da primeira parte. Segunda parte.
Nessa segunda parte teremos Leonardo investindo na relação com Luizinha, mas seu padrinho adoece e morre deixando uma boa quantidade de dinheiro para seu afilhado. O problema é que ele não pode administrar a herança, pois é menor de idade. Seu pai Leonardo pataca, que estava num louco misticismo com uma cigana, sabendo da grana que seu filho herdou, larga a cigana e vem tomar conta da herança, certamente com outras intenções que não ver e cuidar de seu próprio filho, que também guardava muito rancor de seu pai, que o expulsou com um chute e deixou sendo criando pelo padrinho, que na verdade representava o amor e a ordem. Toda a obra vai seguir essa premissa de ordem versus desordem.

O problema de Leonardo filho vai começar quando chega da Bahia um homem de fino trato chamado José Manuel, que se formara em advocacia. Leonardo se aproxima demais de luizinha e declara seu amor por ela, mas ela o desdenha e ele fica arrasado. Ela será preparada para um casamento por um mestre de cerimônia, que escolhe José Manuel para ser seu noivo. A comadre tenta intervir em favor de seu afilhado, mas isso é em vão e ainda vai criar uma celeuma pior que a encomenda, por uma mentira sem pé nem cabeça que facilmente será distorcida e convenientemente será favorável ao José Manuel. Para piorar a vida de Leonardinho, seu pai arrumou outra mulher, mais jovem chamada Chiquinha e ela vai arrumar uma briga com Lonardinho e com raiva ele abandona seu pai e a madrasta e vai viver mais na periferia ainda, vai morar com Tomas da Sé, amigo da época da Igreja e passa a morar na casa dele.

Lá conhece uma mulata muito bonita e sorridente chamada Vidinha e começa a ter um caso com ela. O contra-ponto que o autor nos coloca agora é entre as duas paixões de Leonardo, Vidinha é muito linda, solta alegre agradável, que faz com que Leonardo esqueça com facilidade de sua paixão Luizinha e firma um namoro muito mais a frente de seu tempo, mais libertário, ou melhor, libertino, já Luizinha, sua grande paixão de fato, é feia, fria e distante e ainda assim está se relacionando com seu rival José Manuel, que ganhou sua mão da tia, por ter ganho uma causa na justiça para sua tia. O fato de a mulher bela ser mulata é que torna a obra mais complexa, embora hoje não houvesse problema, pelo contrário, sensualidade da mulata é ladeada pelos quatro cantos do Brasil, mas naquela época não era bem vista e ainda por cima vindo de uma classe bem inferior as demais. Ele passa a ser um boêmio, a vida no quintal tocando violão passa para uma abrangência maior, que seria o próprio Rio de Janeiro. Luizinha casa-se com José Manuel sem grande paixão, já que os casamentos eram arrumados e não se casava por amor, mas sim pela conveniência,

Como falamos, a obra é um conflito entre a ordem, antes representada pela figura do barbeiro padrinho de Leonardo, com a desordem, representada pelos outros personagens e tipos sociais, agora na segunda parte, com a morte do padrinho barbeiro, teremos a figura do Major Vidigal como representante da ordem. Ele realmente existiu de fato na nossa história. Ele será o representante da força, da polícia e a lei em pessoal. Nessa época de Dom João VI não existia um exercido formal, eram baixas patentes que serviam como tudo na burocracia geral, enfim, ele e na pessoa dele é a lei, ele era a figura do exercito, ele criava e executava a lei. Ele colocou como crime a vadiagem. Leonardo será preso por três vezes, a primeira é justamente por vadiagem, mas ele engana os policiais e consegue fugir gerando uma fúria do Vidigal, na segunda vez eles fazem uma armação para prender Leonardo e é nesse momento que 3 mulheres vão intervir para sua liberdade, sua madrinha, a Dona Maria, tia de Luizinha e surge agora uma nova personagem, a Maria Regalada, por quem o Major Vidigal nutre grande paixão e é ela a responsável pela soltura do Leonardo que saiu, mas desaparece de cena e nesse momento sua madrinha e arruma emprego na dispensa do Rei e lá ele conhece Tomi Largura, um homem grandalhão e desajeitado e por isso desse apelido, mas era casado com uma mulher muito bonita e ambos acolhem Leonardo para morar com eles. Leonardo se engraça pela mulher do Tomi Largura e esquece Vidinha, a mulata. A todo o momento ele dá em cima da mulher do amigo e certo dia, o marido pega Leonardo dando sopa na boca da sua esposa e saem no tapa e Leonardo é demitido do emprego. Vidinha vai atrás dessa mulher, pois não admite que ela dê em cima do seu amado e Leonardo vai junto e todos encontram o Major Vidigal, que vê a briga e o prende novamente Leonardo, mas dessa vez o torna ajudante de soldado, ajudar nas tarefas policiais. O fato é que a mulata é tão linda e sedutora que, com Leonardo preso, Tomi Largura dá em cima da Vidinha, que retribui a cantada e ambos têm um caso.

Ocorre uma briga num momento em que Tomi Largura bebe muito e começa uma briga. Chega o Major Vidigal e manda prender o Tomi Largura e quem é incumbido? Leonardo. Houve outro caso em que Leonardo teve que prender o amigo bicheiro Teotônio, aquele que cantava modinha junto com Leonardo com seu violão. Na festa de batizado do filho de sua madrasta Chiquinha e seu pai ele é chamado para cantar, mas arruma confusão e Leonardo é incumbido de prendê-lo, mas dá um jeito do amigo fugir e quando Vidigal descobre fica furioso e quer se vingar e manda prender novamente Leonardo. Novamente Dona Maria e sua tia tentam tirar o jovem da prisão e como não conseguem nada com Vidigal recorrem a Maria Regalada. Regalada é descrita como um gênio fogazão, vivia em contínua alegria acima de tudo e tinha um verdadeir amor por Vidigal que lhe pagava na mesma moeda quando as duas entram para falar com o Major Vidigal o encontram sem calças e é obvio que estava com Maria Regalada. Ele atende o pedido dela e solta Leonardo e ainda o promove a granadeiro.

Leonardo já é assistente de soldado. Pouco tempo depois morre José Manuel de apoplexia, derrame cerebral e deixa Luizinha viúva e com o caminho livre para que Leonardo reate seu caso com Luizinha. O encontro com os dois se dá no velório, ele fardado fita os olhos dela e ambos ficam muito emocionados. Na saída ele lhe dá um aperto de mão, que na época significava compromisso sério e depois do luto de Luizinha, ambos começam um namoro sério, mas existe um impedimento, pois policiais estavam proibidos de se casar e ai novamente Regalada intervém para que ele mude de granadeiro do exército para ir para a guarda civil e passa a ser Sargento de Milícia, que é um cargo que permite que ele se case e viva felizes para sempre. O pai também morre e ele recebe a herança do padrinho e ela a herança de sua tia. O casamento dos dois contou com toda a família reunida. O grande mistério é o que Regalada havia cochichado no ouvido do Major para que ele atendesse tudo que ela pedia desde que o Leonardo foi preso no momento que ele foi pego com as calças arriadas pelas duas Marias, a tia de Luizinha e a Madrinha de Leonardo, Regalada havia dito ao Major que sempre desejou ficar junto dela como marido e mulher que, se ele fizesse tudo que ela pedisse, ela moraria com o Major sem cerimônias.

“Daqui em diante aparece o reverso da medalha, seguiu-se a morte de Dona Maria, a de Leonardo Pataca e de uma enfiada de acontecimentos tristes que pouparemos aos leitores, fazendo aqui ponto final.”
Percebemos que o autor não desejava fazer um final feliz como todas as obras do romantismo, mas poupou os leitores acostumados
Análise da obra
O romance escrito no período do romantismo, retrata a vida popularesca do Rio de Janeiro no início do século XIX e desenvolve pela primeira vez na literatura nacional a figura do malandro e é tido como uma grande aventura em que todos os personagens são desenvolvidos de forma caricatural numa aventura cheia de ação e de um humor essencial para o folhetim do século XIX.

A obra classificada como “Romance de costumes” é em terceira pessoa, dessa forma, o narrador lembra a história do sargento, isso significa que não é o sargento de Milícia Leonardo que está contando a história, mas alguém está contando sobre esse sargento. De fato, na redação do jornal em que trabalhava Manuel Antônio de Almeida tinha realmente um sargento de Milícias chamado Antônio Cesar Ramos que vivia contando “causos” de sua época e o autor aproveitou essas memórias para compor seu folhetim e portanto, apesar do título de “memórias”, o romance não é narrado pelo personagem Leonardo, e sim por um narrador onisciente em terceira pessoa. O termo “memórias” refere-se à evocação de um tempo passado, reconstruído por meio das histórias por que passa o personagem Leonardo. Duas forças de tensão movem as personagens do romance: ordem e desordem, que se revelarão características profundas da sociedade colonial de então. O major Vidigal, por exemplo, um típico mantenedor da ordem, transgride o código moral ao libertar e promover Leonardo em troca dos favores amorosos de Maria Regalada.

Mário de Andrade, tendo como base o enredo episódico do livro, classificou o romance como uma manifestação tardia do “romance picaresco”, gênero popular espanhol medieval dos séculos XVII e XVIII. No modernismo, Mario de Andrade escreve Macunaíma, nos mesmos moldes do anti-herói dessa obra, que se constrói em torno da figura do malandro, personagem que tem influências popularescas, como Pedro Malasarte, mas o que realmente existe de semelhança entre Leonardo e os personagens picarescos são poucas, como a atitude inconseqüente dele esquecer-se rapidamente de Luisinha ao conhecer Vidinha. Depois, o amor antigo retorna, mas nada dá a entender que não possa acabar novamente. Finalmente o fato de Manuel Antônio de Almeida fugir completamente ao idealismo romântico de sua época. Se há traços românticos em sua obra, eles estão no tom irônico e satírico que assume o narrador.

Filme
“Memórias de um Sargento de Milícias” é um curta metragem inspirado no romance do escritor Manuel Antônio de Almeida. A adaptação conta a história do malandro Leonardo (Murilo Benício) que, depois de muitas confusões provocadas por suas conquistas amorosas (Vidinha e uma mulata), acaba se rendendo à paixão de uma moça chamada Luizinha , tornando-se um sargento de milícias. A direção é de Mauro Mendonça Filho.
Esse curta foi ao ar em 1995, o ator Murilo Benício interpreta um dos mais importantes anti-heróis da literatura brasileira.
O livro é excelente, mas esse especial ai distorceu a história toda, a atuação de Leonardo e Vidigal (Francisco Cuoco)

estejam boas, mas colocaram coisas que nem se faz referência e mudaram completamente o enfoque da obra original. Vidinha se transforma na cigana e a mulata é eliminada e pior, ela aparece com o golpe da gravidez para se casar com Leonardo. Parece que pegaram as personagens e inventaram outra história, Luizinha na obra original é feia, mas aqui é a mais linda de todas. Na verdade o filme é uma adaptação da obra teatral "VIDIGAL: MEMÓRIAS DE UM SARGENTO DE MILÍCIAS", de Millôr Fernandes, e não do romance “Memórias de um Sargento de Milícias” de Manuel Antonio de Almeida, que foge muito do livro. Adaptação de Jorge Furtado com Murilo Benício, Otávio Muller, Berta Loran, Antônio Pedro, Ernani

Morais, Fernanda Lobo, Márcia Manfredini , Mariana Oliveira com participação especial de Louise Cardoso e Francisco Cuoco.
Feita todas as considerações, o resultado do curta é excelente, inovador e minha nota é 10
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