O Hobbit
- Fernando Carlos
- 17 de ago. de 2019
- 11 min de leitura

Essa obra que irei analisar e fazer minhas considerações não são o estilo que eu estou acostumando a ler, assim como O Pequeno Príncipe, mas a repercussão que essa e sua continuação por uma trilogia fez com que fosse obrigatória, mesmo que não faz nosso gênero literário.
A fama do autor vai além da obra, pois John Ronald Reuel Tolkien, nome completo do premiado filósofo, escritor e professor universitário, conhecido internacionalmente por J. R. R. Tolkien é o autor das obras consagradas O Hobbit e O Senhor do Anéis, cuja adaptação pelo cinema ficou muito mais evidente no nosso século criando uma legião de seguidores e fanáticos. Tolkien recebeu o título de doutor em Letras e Filologia pela Universidade de Liège e Dublin. Nascido em 3 de janeiro de 1892 na África do Sul e seu falecimento em 2 de setembro de 1973 no reino unido. Ele é considerado católico praticante e um dos mais competentes e conhecedor de l[ínguas antigas do mundo, não é a toa que suas duas obras mais famosas tem uma ambientação na Idade Média, período em que a Igreja Católica era preponderantemente influente em todos os aspectos do modo de vida e costumes da época.

Uma curiosidade é que sua família era toda protestante (anglicana), exceto sua mãe e ele se converteu ao catolicismo após a morte do pai, por influência da mãe, que mudaram da África do Sul para a Inglaterra e ela teve que trabalhar para conseguir criar seus filhos, mas faleceu cedo demais deixando seus filhos nas mãos de um padre responsável pela educação das crianças. Apaixonado por uma mulher protestante, fez com que ela se convertesse ao catolicismo para se casarem e um de seus filhos se tornou padre. Tanto é a importância do autor de Hobbit que foi escrita uma biografia por Humphrey Carpenter, embora o Tolkien fosse avesso a biografias de ídolos, ele percebendo que suas obras, não apenas as duas mais conhecidas, mas sua obra de filólogo também teve grande repercussão nos meios acadêmicos, ele decidiu escrever uma espécie de diário, mais notas de seus pensamentos, para que um dia se pudesse escrever sua biografia e certamente foram utilizados na pesquisa, além dos relatos de seus filhos.

A obra O Hobbit se passa num mundo de fantasia e toda a obra é repleta de seres imaginários criados pelo autor por se tratar de uma história voltada para crianças. Na literatura, o gênero fantástico é aquele que apresenta elementos imaginários e sobrenaturais no seu argumento. Trata-se de um gênero que viola as regras da realidade, com animais que falam monstros, pessoais imortais e seres que viajam no tempo, teremos tudo isso na obra, menos a viagem no tempo. Segundo o conceito de fantasia a palavra vem do latim phantasia (que, por sua vez, provém de um vocábulo grego), a fantasia é a faculdade humana que permite reproduzir, através de imagens mentais, coisas passadas ou representar acontecimentos que não pertencem ao âmbito da realidade. Estes eventos podem ser possíveis (por exemplo, fantasiar em viajar até a praia no próximo verão) ou irrealizáveis (caminhar no meio de dinossauros ou conversar com um cão). A fantasia também pode ser entendida como o grau superior da imaginação ou do pensamento espiritual. A obra também se encaixa como algo fantástico, já que o termo fantástico refere-se àquilo que pertence ou que está relacionado com a fantasia. Da mesma forma, permite fazer alusão ao que é fingido, que é irreal ou que apenas existe no imaginário das pessoas.

Existem centenas de resenhas e críticas, visões e interpretações sobre as obras de Tolkien e eu darei a minha visão pessoal, para não ser mais um falando a mesma coisa desse mundo fantástico, magnífico que levaram legiões de cosplayers (pessoas que fazem cosplay) fãs dos personagens da obra que se fantasiam como tal, não se limitando apenas em se fantasiar, mas também interpretar a personalidade do personagem escolhido. Atualmente, existem grandes eventos direcionados exclusivamente para os cosplayers e fãs de ficção científica, que promovem competições para premiar o melhor cosplay, sejam no quesito caracterização (melhor fantasia) ou interpretação (melhor apresentação do personagem). Portanto eu trarei apenas uma síntese do que se refere à obra e farei meis próprios comentários a respeito, minha visão pessoal.
Na obra 'O Hobbit' conta as aventuras de Bilbo Baggins que era filho de Bungo Baggins, um respeitável Hobbit, mas a sua mãe era Belladonna Took e os Took eram tidos como algo selvagem. Essa obra foi escrita para crianças e, embora ela fechasse em si, sem deixar o final aberto para uma continuação, foi à precursora de 'O Senhor dos Anéis', já que teve imenso sucesso na época e o autor ser pressionado por uma continuação. 'O Hobbit' tem tudo o que um bom livro infantil deve ter diversão, um bom enredo e principalmente bons personagens, escrito numa linguagem simples. Eu pessoalmente me identifiquei com o estilo de vida de Bilbo Bolseiro um Hobbit, senti cada dificuldade raiva e medo que ele sentiu e entrei na história por ele e é com ele que a história começa.

Devemos explicar que o autor criou um mundo imaginário em que nele temos vários reinos ou “tribos” e uma delas são os hobbits, que são criaturas parecidas com anões, mas são menores vivem em pacatas vilas e gosta de calmaria. Esse Bilbo Bolseiro recebe a visita de Gandalf, um mago muito sábio, que estava à procura de uma pessoa para uma aventura, mas Bilbo não estava nem um pouco interessado nessa aventura e o mandou embora e mesmo assim convidou o Gandalf para tomar chá na tarde seguinte.
Na hora do chá da tarde seguinte, treze anões foram chegando (Thorin, Balin, Dwalin, Kili,Fili, Dori, Nori, Ori, Óin, Gloin, Bofur, Bifur e Bombur) junto com Gandalf.
Por trás dessa invasão, eu pessoalmente ficaria louco com uma visita de 14 pessoas ao mesmo tempo e tão inesperada, enfim, por trás está a problemática da necessidade da presença de Bilbo na aventura. O anã Thorin é o líder dos anões, um antigo príncipe. Seu reino foi tomado por Smaug, um dragão, Thorin trazia com ele um mapa e uma chave, a chave abria uma entrada secreta que tinha na Montanha Solitária. O antigo castelo dos anões foi construído lá, o fato é que eles não sabiam onde ficava a entrada secreta. Eles fazem uma bagunça imensa e dormem por lá na casa de Bilbo.

No dia seguinte Bilbo recebe um bilhete dos anões e entende o motivo dessa reunião. O motivo da reunião era que o pobre Bilbo, que apesar do seu lado tûk, que é uma raça bastante corajosa e aventureira, seria contratado como um ladrão para uma grande aventura. Os anões estavam dispostos a enfrentar Smaug, o dragão que roubara os tesouros do Rei Thrain e acabara com aquele povo, para recuperarem o seu tesouro e a sua terra. Assim decidiram, fazendo planos e cantando alegremente. No dia seguinte iam partir rumo à aventura. Bilbo saiu apressado de casa para poder chegar a tempo. Quando chegou cada um montou em seu pônei e foram a cavalgar em rumo a Montanha Solitária.

Daí pra frente é só aventura com as mais criativas criaturas. Inicialmente Bilbo se deparar com três Trolls comendo carneiro assado e como seu papel na aventura era ser um ladrão, ele tentou ''roubar'' mas os trolls o pegaram e obrigaram a contar sobre os anões, quantos eram e quando os anãos chagaram a fogueira foram pegos, mas o mago não e começo uma grande confusão, brigaram até o Sol nascer. Os trolls são transformados em pedras devido à luz do Sol. Todos foram atrás das tocas dos trolls para ver se tinham mais comidas e armas chegando lá eles viram que tinham muitas armas e cada um pega a sua.
Aqui começa a genialidade de Tolkien. No desenrolar da história, Bilbo e os anões vão passar por muitas dificuldades, foram quase comidos pelos trolls, capturados pelos lobos orcs, mas antes que os orcs chegam, Gandalf lança chamas de todas as cores nos lobos e eles pegaram fogos até morrer, quando começaram a descer das árvores os orcs chegaram, eles estavam com muita raiva dos anões e do Mago, pois eles mataram o Grão-Orc e atearam fogo no pé das árvores e ai, diante do fogo chegam às águias da Montanha, aves muito maiores que as normais e, quando estavam quase mortos pelos wargs, foram salvos por essas águias.

Nessa aventura enfrentaram os perigos da floresta negra, sendo capturados por elfos, e por aí vai. Bilbo que não passava de um hobbit pequeno que só queria estar na sua toca tomando o chá da tarde, se revelara um ladrão de primeira. Salva os anões diversas vezes. Tudo isso por que roubar o anel de uma criatura asquerosa e nojenta (Gollum, Gollum) quando tentava fugir da caverna dos orcs. É claro que o seu lado tûk o ajudara. Bilbo desde então se mostrara de grande utilidade. Mostrar-se-á mais esperto. Ao conseguiu chegar às tais montanhas solitárias, precisou derrotar Smaug para poder conseguir o ouro. Vários acontecimentos de tirar o fôlego acontecem, a guerra dos cinco exércitos, uma grande batalha, orcs, wargs e morcegos contra os Homens do Lago, os Elfos e os Anões, Bilbo e Gandalf. Thorin, Kili e Fili fora mortos e o tesouro ficou com Dalin o primo de Thorin.
Quando os anões tomam posse da montanha, Bilbo encontra a Pedra Arlen, uma herança da dinastia de Thorin, e a rouba. Os Elfos da Floresta e os homens do lago cercam a montanha e exigem recompensas por sua ajuda, indenizações pela destruição da Cidade do Lago e a liquidação de antigos direitos sobre o tesouro. Thorin se recusa e, depois de ter convocado seus parentes das Montanhas de Ferro, reforça sua posição. Bilbo entrega a Pedra Arken aos homens, de forma que eles tenham algo de valor para negociarem com Thorin e evitarem uma guerra. Contudo, o anão é intransigente; ao saber do fato, ele expulsa o hobbit, e a batalha parece inevitável.

Gandalf reaparece para advertir a todos sobre um exército de orcs e wargs que se aproxima. Os anões, homens e elfos se unem, mas apenas com a chegada oportuna das águias e de Beorn alcançam a vitória no clímax da Batalha dos Cinco Exércitos. Thorin é ferido mortalmente e reconcilia-se com Bilbo antes de falecer.
Bilbo aceita apenas uma pequena parcela de sua respectiva parte do tesouro, sem querer ou mesmo precisar de mais; de qualquer forma, ele ainda retorna para casa como um hobbit muito rico. A jornada de Bilbo o leva de um ambiente rural alegre a um território mais sinistro. A história é contada na forma de uma busca episódica, e a maioria dos capítulos apresenta uma criatura específica, ou um tipo de criatura, das "Terras Ermas" de Tolkien. Ao aceitar o lado desonroso, romântico, feérico e aventureiro de sua natureza e aplicar sua inteligência e senso comum, Bilbo ganha um novo nível de competência, maturidade e sabedoria.

Tolkien começou a trabalhar em O Hobbit na década de 1930. Subitamente inspirado, escreveu as palavras: "Num buraco no chão vivia um hobbit". Ao final de 1932 ele havia terminado a história e depois emprestou o manuscrito para vários amigos. Em 1936 Susan Dagnall, que era membro da equipe da editora George Allen & Unwin, ficou impressionada com o livro, que então pediu ao seu filho Rayner de dez anos de idade, para analisá-lo. Os comentários favoráveis de Rayner resultaram na decisão da Allen & Unwin de publicar o livro de Tolkien. A editora britânica George Allen & Unwin Ltd., sediada em Londres, publicou a primeira edição de O Hobbit em 21 de setembro de 1937 com uma tiragem de 1.500 exemplares, que se esgotou em dezembro por causa de críticas entusiastas e da ampla divulgação boca-a-boca por parte dos leitores.

Minha visão pessoal da obra foca justamente no fato da história estar ligada diretamente as convicções católicas de Tolkien e estar localizada da Idade Média. De cara o autor situa a história na Terra Média. No livro temos um mapa, outra paixão do autor por cartografia, mas existe uma linguagem própria criada por Tolkien, que para nós humanos mortais torna uma dificuldade, mas para os fanáticos, eles até falam nessa língua. O Bilbo representa aquele cidadão caseiro e acomodado, conformado com sua casinha simples típico do homem da Idade Média, mas tem que sair desse conforto para a guerra. A palavra Hobbit no remete a palavra Rabbit que significa coelho. Um hobbit é descrito como sendo um homem pequeno, com pés grandes orelha pontudo e com muito pelos nas pernas, enfim, lembra muito o coelho e ainda mora em casas como se fossem tocas. O coelho ou lebre pode ser inofensivo ou bastante ligeiro, como podemos ver ele é o ladrão, mas a única personagem que se assemelha de fato com a gente é o mago, o Gandalf. Idade Média é o período feudal da história, onde nasce o cavaleiro e sua honra está na vitória da Guerra. A falta da presença de uma imagem feminina é outra coisa a se estranhar, pois a mulher na idade Média valia menos que um cavalo.

Se existe algo feminino seria a águia, do mais tudo representa o sexo masculino e todos são assexuados, embora se trate de uma história infantil, mesmo nos contos de fada temos a idéia de que a heroína vai à busca de seu príncipe encantado, aqui não, é só guerra, aventura, diversão masculina. Creio que o fato de ser escrita após a grande Guerra mundial tenha influenciado a ter a tal grande batalha no livro, mas ano vejo que seja isso, e sim as guerras da Idade Média, principalmente as guerras santas, já que Jerusalém foi invadida por muçulmanos.
Com a conquista da cidade Jerusalém pelos turcos do Império Otomano no século XI, a Igreja Católica conclamou os fiéis europeus a retomar a cidade. Começava assim a Primeira Cruzada das oito seguidas entre os anos de 1095 e 1099, comandada por membros da aristocracia européia e ficou conhecida cruzada da Guerra Santa. Na iobra, temos oito anões o que tem direta referência as oito cruzadas, pois os anões saem para uma cruzada. Depois de sangrentas batalhas, os cristãos conseguiram conquistar a cidade sagrada e a peregrinação foi retomada. Em seguida, foi fundado o Reino Latino de Jerusalém. Apesar de várias tentativas que resultaram em milhares de mortes, as Cruzadas fracassaram em reconquistar definitivamente a Terra Santa para os cristãos.

Custaram muito caro para a nobreza européia e resultaram em milhares de mortes. No entanto, as expedições influenciaram grandes transformações no mundo medieval. Ao todo, foram realizadas oito cruzadas. A última aconteceu no ano de 1270. A ação do Oriente contribuiu para o enriquecimento da cultura européia, com significativo desenvolvimento teológico. Segundo estudiosos, a Europa se despertou no período das Cruzadas e se iluminou se comparada com séculos anteriores.
Nesse ponto a obra de Tolkien traz em sua essência um conflito religioso, as batalhas dentro da obra marcam a reconquista da montanha sagrada, começa o crescimento de Bilbo como um homem valente e corajoso. A honra acima de tudo.
Filme.
Temos uma trilogia e falaremos apenas da primeira. Inicialmente o livro "O Hobbit" renderia apenas dois filmes. Entretanto, após o término das filmagens, o diretor Peter Jackson e a Warner Bros concordaram em re-dividir o material rodado em três longa-metragens. Desta forma, "O Hobbit" A desolação de smag foi lançado em 2013 e "O Hobbit" lá de volta outra vez chegou aos cinemas em 2014.

Falaremos apenas de “O Hobbit”, uma jornada inesperada (2012). Direção de Peter Jackson.
Sinópse: Bilbo Bolseiro (Martin Freeman) vive uma vida pacata no condado, como a maioria dos hobbits. Um dia, aparece em sua porta o mago Gandalf, o cinzento (Ian McKellen), que lhe promete uma aventura como nunca antes vista. Na companhia de vários anões, Bilbo e Gandalf iniciam sua jornada inesperada pela Terra Média. Eles têm por objetivo libertar o reino de Erebor, conquistado há tempos pelo dragão Smaug e que antes pertencia aos anões. No meio do caminho encontram elfos, trolls e, é claro, a criatura Gollum (Andy Serkis) e seu precioso anel.
Segundo o crítico Lucas Salgado (adorocinema) An Unexpected Journey (no original) conta com um trabalho brilhante de design de produção. Os cenários, os figurinos e a maquiagem são de cair o queixo, assim como acontecia em O Senhor dos Anéis. Na verdade, aqui temos ainda mais detalhes, como podemos ver em uma tomada de cima do Condado.

Vencedor do Oscar por A Sociedade do Anel, Andrew Lesnie realiza mais um brilhante trabalho de fotografia. As tomadas aéreas são ainda mais belas que na trilogia anterior. Por mais que saibamos que tudo foi rodado na Nova Zelândia, a sensação de imersão é tão grande que acabamos com a certeza de que estamos diante da Terra Média.

Desenvolvidos pela Weta Digital, os efeitos visuais são ótimos, como pode ser conferido em diversas sequências de ação. Na verdade, o longa até surpreende pelo tanto de ação presente na trama. Esperava-se que por se tratar de um primeiro filme seria algo mais introdutório, mas não ficamos só na enrolação.
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Assisti a trilogia de filmes O Hobbit o primeiro filme O Hobbit Uma Jornada Esperada é grandioso. O cineasta neozelandês Peter Jackson realiza um excelente trabalho. Os demais O Hobbit: A Desolação de Smaug e O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos já não alcançou tanha qualidade do primeiro.