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O Mal estar da civilização (1930).

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 17 de mai. de 2019
  • 4 min de leitura

Agressão é um dos aspectos dos instintos primitivos dos seres humanos,isto é, agir agressivamente com o outro. Avaliando os povos primitivos, podemos observar que o chefe da família era livre para manifestar sua agressão para com os outros sem contestação. Na sociedade da época de Freud e até agora, a sociedade civilizada tem restringido essa inclinação da agressividade pelo estado de direito e da imposição do poder interno e externo para garantir a felicidade e segurança para todos. O fato de termos que restringir um instinto primitivo em detrimento do outro ou para se enquandrar na sociedade, acarreta conseqüências sobre nossa psique, que pode causar grande infelicidade, sentimento de culpa cada vez mais pesado podendo chegar a neurose psicológica nos casos mais extremos. Uma das conseqüências dessa retenção do impulso agressivo pode se voltar contra a sociedade que se quer proteger, agindo de forma mais agressiva do que àquela originalmente suprimida, podendo ameaçar a sociedade de desintegração.

A questão do indivíduo e a civilização.


Todos nós sabemos que vivemos devido a energia libidinal que por sua vez busca o prazer individual e é aqui que temos um problema, pois no âmbito da civilização, muitas vezes esse desejo individual é ignorado, dando interesse a unidade e coesão social. Partindo do estudo individual da libido, Freud faz um estudo, uma analogia bastante extensa de desenvolvimento libidinal do indivíduo e a evolução da civilização identificando três fases paralelas em que cada uma ocorre:

1) Carater de formação, aquisição de uma identidade distinta.

2) Sublimação, canalização de energia primitiva para outras atividades físicas ou psicológicas.

3) A não satisfação ou renuncia dos instintos. O enterro de instintos agressivos no indivíduo por imposição de estado de direito na sociedade.


Portanto, Freud apresenta como tese o fato da cultura produzir um mal estar nos seres humanos visto que existe um antagonismo intransponível entre as exigências da pulsão individual e da civilização, sendo que o que chamamos de civilização é em grande parte a responsável pela nossa desgraça e infelicidade, mas para sermos felizes de fato, teríamos que voltar ao estado primitivo já citado.

A primeira questão apresentada é a religião. Para Freud religião e fé é apenas uma ilusão, já que não existe na ciência ou no mundo físico uma forma de demonstrar tais sentimentos e crer ou ter fé.

Partindo de uma análise psicanalítica, a separação do Ego com o objeto amado e distinção do que são os objetos externos, vai causar dor e sofrimento, agora ele terá que lidar com a separação, mas o fato é que vamos ter o que chamamos de busca do prazer, isto é, uma pulsão interna em que a criança em desenvolvimento vai fugir da dor e buscar somente o que lhe dá prazer na busca de isolar o Ego do desprazer.


Religião é algo inconcebível para Freud, pois para ser uma fonte de energia tem que existir uma necessidade real do indivíduo. Uma criança desamparada por seus pais vai criar uma necessidade real de proteção, dessa forma, a criança desenvolve uma fonte de energia de busca de proteção, mas não necessariamente religiosa. Para Freud existe um deslocamento do desejo pela proteção dos pais, para futuramente se vincular com a religião, de certa forma, é um mecanismo de defesa do ego ser religiosos.

Freud não distingue civilização de cultura. Civilização é tudo aquilo que distingue o homem da vida animal, que afasta de sua natureza. A palavra civilização descreve a soma integral das realizações e regulamentos que regem os relacionamentos humanos.


As raízes da infelicidade humana consistem do conflito entre instintos e cultura e de como a sociedade se impõe sobre o homem. Freud defende a idéia de que a civilização poupa os homens de sofrimento protegendo-os da natureza e regulamentando os vínculos que criam entre si, mas em troca exige o sacrifício de suas pulsões.

Existe três fontes de que nosso sofrimento provem:

1) O poder superior da natureza

2) A fragilidade de nossos próprios corpos.

3) A inadequação das regras.

Freud nos faz perceber que o indivíduo não pode ser feliz em sociedade, por mais avanços tecnológicos e científicos que tenhamos. Para Freud a civilização é contrária as necessidades humanas e, portanto quanto mais se desenvolvem, mais temos nossos instintos primitivos retraídos, mais concessão faz e mais infelizes nos tornamos.

Todo que nos leva a ter prazer necessita cada vez mais de um trabalho diferenciado e quanto mais se desenvolve a tecnologia para facilitar nossa vida, mas penoso é esse trabalho para Freud.

A repressão social, além de obrigar o homem a trabalhar, coisa que ele não foi programado, os impulsos sexuais são canalizados para o trabalho e portanto a repressão sexual coexiste de modo conflituosos, sendo a religiosidade uma forma de tolher nossas escolhas.


As pulsões agressivas necessariamente devem ser contidas para se viver numa sociedade e portanto Fred concluir que todo indivíduo é inimigo da civilização, já que em todos os homens existem tendências destrutivas, anti-sociais e anti-culturais. A civilização portanto, trava uma luta contra o homem isolado e sua liberdade. O poder da cominidade substitui o poder individual. Enfim, o mal estar da civilização corresponde ao processo civilizatório que exige renúncia e, portanto, insatisfação individual devido o preço que o homem tem que pagar para inibir suas pulsões sexuais e agressividade.

 
 
 

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