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O Pequeno Príncipe

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 29 de ago. de 2019
  • 7 min de leitura

Antoine de Saint Exupéry

Essa obra já deve ser conhecida pela maioria das pessoas que estão lendo essa resenha, portanto focaremos nas peculiaridades do que nela propriamente dita. A história é feita para o público infantil, mas por trás de uma mera fábula, existe mensagens para os adultos que até hoje ainda são fundamentais. Não se trata de uma obra com filosofia por detrás, mas simplesmente mensagens que são obvias, mas que os adultos se esquecem, dessa forma o personagem é um menino, um príncipe que vive num asteróide minúsculo que vai chegar até a Terra e questionar o modo de visão dos personagens que ele encontrar, mostrando seu olhar infantil que foi esquecido depois de adulto pelos humanos.


Uma obra curta ilustrada pelo próprio autor, embora ele não tivesse nenhuma especialização em ilustrações, mas suas aquarelas ficou eternizada e é parte integrante da obra como um todo. Hoje é o segundo livro mais traduzido do mundo, ficando apenas atrás da Biblia e o terceiro livro mais lido. Escrito no ano de 1943, um ano antes da morte do autor francês Antoine de Saint Exupéry ficou como um verdadeiro clássico da literatura universal. Sua história de vida se mistura com a dos personagens do livro e acontecimentos que ele viveu, como a queda do seu avião num deserto. Ele escreveu durante a Segunda Guerra Mundial. Foi editado pelo menos 500 vezes. O clássico ganhou diversas adaptações, seja no cinema ou em espetáculos teatrais e musicais.

A leitura do livro proporciona uma emoção a cada passagem e no final no deixa um pouco deprimidos. Quem narra todo o enredo é o piloto, que caiu num deserto e encontra uma criança sozinha com um cachecol vermelho ao redor do pescoço e possui cabelos da cor de ouro e começa a contar histórias. Tratava-se do pequeno príncipe, que pediu para desenhar um carneiro, mas ele tem dificuldades para desenhar um carneiro e depois de muito tentar, desenha o carneiro dentro de uma caixa, que simboliza o poder da imaginação, capaz de ajudar a contornar problemas que aparecem no dia a dia.


O protagonista é frustrado em relação aos seus desenhos, pois nunca ninguém conseguia interpretar as suas artes da forma correta. Uma vez ele desenhou uma jibóia que tinha engolido um elefante, mas ao mostrar para as pessoas, ninguém conseguiu entender aquele desenho, que mais parecia um chapel. Na época ele tentava explicar que a jibóia que comeu o elefante assumia a forma de Jiboia com elefante e para tentar explicar o desenho, ele fez uma segunda versão, um raio X da Jiboia com o elefante dentro. Essa simbologia pretende demonstrar que nem sempre aquilo que vemos é a realidade. Assim como o primeiro desenho parecia para muitos um chapéu, na vida muitas coisas não são o que parecem à primeira vista. Para sua surpresa, o pequeno príncipe acaba aceitando o desenho. Essa passagem mostra, entre outras questões filosóficas, a perda da inocência e fantasia ao longo dos anos, conforme as pessoas vão crescendo e abandonando a infância.


O menino vem de um planeta, que possuía o tamanho de uma casa conhecido por B 612, que teria apenas três vulcões, sendo um deles inativo e certa vez caiu uma sementinha e nasceu uma rosa, a qual ele cultivou e ela cresceu e passou a se envolver afetivamente com essa rosa, que era muito exigente, mas havia uma árvore chamada de baobá, que crescia muito e estava ameaçando a tal rosa. Por isso, o carneiro era importante para que pudesse se alimentar dos baobás enquanto estes ainda eram pequenos.

Devido um desentendimento com a rosa, pois ela tem uma atitude melodramática e orgulhosa e é simultaneamente convencida e ingênua, faz com que o Pequeno Príncipe ceda aos seus caprichos e, como cuida muito bem da Rosa, o menino decidiu visitar outros planetas e conhecer outras criaturas. Ele encontra primeiro um Rei que, apesar de pensar que ele governa todo o Universo, o seu poder é vazio. O rei é mandão, mas tem um bom coração e ensina a lição que “é preciso exigir de cada um o que cada um pode dar”.


Depois ele se depara com um bêbado que representa a ignorância e as pessoas que tentam fugir da realidade ou resolver um determinado problema através de um vício. Segue com um homem de negócios tão envolvidos nos seus negócios que não conseguem aproveitar a vida e nem reparar na presença do Pequeno Príncipe. O acendedor de lampiões, que representa pessoas que cumprem determinadas tarefas sem pensamento crítico, assim como o geógrafo, que estudo só aquilo, sem saber o que é uma rosa, alienado no seu trabalho. Um astrônomo turco que representa o problema da xenofobia e racismo na sociedade, O vaidoso que tem uma enorme necessidade de ser reconhecido e elogiado pelos outros, mas esse nos ensina que nós não podemos depender dos elogios dos outros para encontrarmos o nosso valor.


Até que chegou a Terra e a primeira criatura que ele encontra é uma serpente. Esse encontro com uma serpente faz uma referencia direta com a serpente da Bíblia, que convenceu Adão e Eva a comer o fruto proibido, o que resultou na expulsão do Éden. A cobra de Saint-Exupéry também faz uma promessa ao garoto e é ela a responsável por enviar o Pequeno Príncipe à sua casa através da sua mordida venenosa. Ela representa o fenômeno da morte e, apesar de falar por enigmas, não requer tanta interpretação como outros personagens porque fala com franqueza: Através da minha picada, você vai dormir (morrer) e ao acordar vai voltar ao seu planeta de origem.


O piloto sabe que ele vai falecer de fato. viu que ele estava envenenado e ia morrer e ficou impressionado pelo fato do garoto não se abater com essa informação, inclusive pediu que não sofresse, quando seu corpo não estivesse mais com vida ele estaria no planeta de origem e fala: Não devemos aprender a olhar para além das aparências.


Quando caminhamos para o final e o menino está morrendo, isso nos deixa bastante comovido e depressivo, mas o autor tenta nos aliviar, pois tempos depois, o piloto ficou sabendo que o rapazinho havia conseguido o que tanto desejara. Hoje, quando ele olha as estrelas no céu, sorri, lembrando do seu pequeno príncipe e a amizade entre ambos. Bastante tocante.


O livro é repleto de frases que se eternizaram, nesse caso ele aceitou de maneira corajosa o destino que lhe foi imposto. Depois de tombar como uma árvore, enfim, voltou para o seu planeta. Outra frase é dita pela Raposa, que no livro representa a esperteza e sabedoria, pois ensina valiosas lições ao rapazinho, sendo as mais importantes: só o coração consegue ver corretamente; o tempo que o Pequeno Príncipe passou longe do seu planeta fez com que valorizasse mais a Rosa; o amor implica uma responsabilidade.


"O essencial é invisível aos olhos, e só se pode ver com o coração." Podemos concluir que o verdadeiro valor de algo ou de alguém não pode ser visto com uma visão superficial. Para conhecer o que é essencial é preciso ver com o coração, ou seja, tirar tempo para conhecer, olhar sem preconceito e sem discriminar.


A Rosa é a representação da relação conturbada, mas apaixonante que o autor teve com sua esposa, que era de El Salvador. Ambos tinham casos extraconjugais e os conflitos eram presentes e uma constante e isso é o que motivou ele sair pelo mundo buscando aventuras, mas no final do livro mostra que ele volta para sua rosa e que ela era a coisa mais importante na sua vida. Podemos concluir com esse final que o que torna as coisas ou pessoas importantes é o tempo que nós investimos nelas. Quanto mais tempo, mais importante se torna nas nossas vidas.


Outra frase inesquecível falado pela raposa é: "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas." Esta frase explica que, quando é formado um relacionamento (seja ele amoroso ou de amizade), as pessoas se cativam e ao cativar, são responsáveis por ela. Isso significa que o amor ou amizade requerem responsabilidade. O Pequeno Príncipe cativou a Rosa e por esse motivo tornou-se responsável por ela, dando resposta aos seus desejos e caprichos.

Durante sua viagem interplanetária, tem contacto pela primeira vez com adultos e fica espantado com seus comportamentos e suas incoerências.

Filme


O Pequeno Príncipe (1974). Direção: Stanley Donen. Sinópse. Um menino cai na Terra vendo de outro planeta. Trata-se de um pequeno príncipe, que vaga pelo deserto do Saara até encontrar um piloto que acaba de sofrer um acidente com seu avião. Os dois desenvolvem uma grande amizade, nutrida por histórias fantasiosas e muitas mensagens de solidariedade e companheirismo.

O Pequeno Príncipe é um filme fiel ao livro poucos detalhes mudam, muito bom e tocante, que nunca sairá de época, pois ele se adéqua em todas. É perfeito, simples e charmoso.

Animação.

O Pequeno Príncipe (2015). Direção: Mark Osborne. Sinopse: Uma garota acaba de se mudar com a mãe, uma controladora obsessiva que deseja definir antecipadamente todos os passos da filha para que ela seja aprovada em uma escola conceituada. Entretanto, um acidente provocado por seu vizinho faz com que a hélice de um avião abra um enorme buraco em sua casa. Curiosa em saber como o objeto parou ali, ela decide investigar. Logo conhece e se torna amiga de seu novo vizinho, um senhor que lhe conta a história de um pequeno príncipe que vive em um asteroide com sua rosa e, um dia, encontrou um aviador perdido no deserto em plena Terra.


Não é exatamente a adaptação do livro a esse desenho, pois temos o encontro entre uma garota e o vizinho, um senhor que lhe conta a tal história do pequeno príncipe e é a partir daí que a magia entra em cena, no sentido de um universo lúdico e repleto de criatividade. Neste sentido, a trama do livro de Saint-Exupéry é utilizada como símbolo deste mundo colorido que, aos poucos, transforma a vida da tal garota. A história dela e a do pequeno príncipe são narradas em paralelo, cada um apresentando uma técnica de animação diferente: ela, a computadorizada; ele, em stop motion. Só que, a partir de determinado momento, o longa-metragem vai além e ousa ao seguir em frente na história já conhecida. É exatamente neste ponto que O Pequeno Príncipe perde a chance de ser grandioso.

Segundo o crítico ao trazer para a animação a questão da morte e como reagir a ela o enredo flerta com uma situação imensa mas acaba deixando-a de lado, optando pelo caminho fácil do mundo fantasioso. Que não é ruim, é bom ressaltar, apenas menor. Por mais que demonstre uma nítida irregularidade entre a fase inicial e o momento em que a garota passa a acreditar que sonhar é possível, e outros

menores no decorrer da trama, o longa consegue sempre manter um certo interesse, muito ajudado pelo traço mais lúdico da animação e a bela trilha sonora de Hans Zimmer e Richard Harvey. (Por Francisco Russo)

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