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Os 300 de Esparta

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 23 de jun. de 2019
  • 8 min de leitura

Baseado nos escritos do primeiro historiador do mundo Heródoto, o pai da História, nascido no século V a.C. em Halicarnasso (hoje Bodrum, Turquia). que escreveu sobre a Guerra de Esparta contra os Persas (atual Irã), liderados pelo Deus-rei" Xerxess e mais 30.000 soldados na região de Termópilas na Grécia nos princípios do século V a.C., conhecida simplesmente como “As Histórias de Heródoto, posteriormente foi escrito uma série de história em quadrinhos por Frank Miller e Lynn Varley em 1998, publicada originalmente em cinco edições pela editora Dark Horse Comics sob o título “Os 300 de Esparta. Finalmente foi realizado o filme 300 em 2006 co-escrito por Zack Snyder inspirado nessas histórias do quadrinho. Tanto um como outro conta a guerra, mas tem toda uma introdução relatando o modo de vida deles, seus costumes, a relação entre um Rei Leônidas com a sua esposa e Rainha Gorgo.


A vinda de um mensageiro persa, que tem uma conversa com o rei e rainha ao mesmo tempo e a decisão de guerrear, consulta aos éforos. A história e todos os eventos são revelados e contados por um narrador, o guerreiro espartano Dilios, o único dos 300 espartanos a sobreviver à batalha e foi acrescentadas criaturas fantásticas na narração, já que são releituras fictícias da Batalha de Termópilas. Miller serviu como produtor executivo e consultor do filme. Grande parte de 300 foi filmada com uma técnica de Chroma Key em superposição, para ajudar a replicar as imagens da história em quadrinhos original, isto é, nada do que se vê como cenário é real, mas sim realizado por computadores.


O que vamos discutir aqui é o que é realmente contado por Heródoto e portanto, temos que falar de história de Esparta.

Segundo o historiador Felipe Figueiredo o filme já começa com o Rei Leônidas preparando seu exército e outros soldados de outras cidades gregas para encurralar os Persas na região de Termópilas (portões de fogo) pois é um terreno vantajoso para os espatanos, já que tem montanhas altas nos dois lados, sobrando apenas um pequeno corredor para os Persas passarem e se o exército fizer uma barricada lá, impede a entrada deles na Grécia antecipando a guerra como um todo e antes ele consulta os anciães chamados de éforos, aqui retratados como velhos deformados, leprosos, que consultam o oráculo que fala que “Esparta não pode fazer a guerra durante o festival da Carneia.” Essa festa é em Homenagem ao Deus ligado aos rebanhos Apollo Carneus, o que Leônidas não respeita. Agora vamos aos fatos relatados por Heródoto.


Esparta era governada por uma espécie de constituição chamada de a grande Retra (O grande pronunciamento) que estabelecia 4 instituições sendo a mais poderosa era esse conselho dos éforos composto por 5 homens eleitos anualmente entre todos os cidadãos e eram os governadores e líderes políticos, já os reis eram mais comandantes militares e generais. Pela ordem de importância vinha depois dos éfotos a gerusia, 28 homens de mais de 60 anos eleitos de forma vitalícia (instituição legislativa e jurídica) depois a Ápela (todos os cidadãos homens com mais de 30 anos de idade, que tinha a função de eleger os membros da Gerusia e dos éforos e por fim a diarquia.

Uma curiosidade é que Esparta tinha duas hierarquias de famílias nobres e portanto eles tinha dois reis, isto é, era uma diarquia e não uma monarquia e tinham igual poder. Leônidas pertencia a dinastia Agina e no filme diz que ele liderou apenas 3oo espartanos, mas Heródoto refere que havia de 5000 a 6000 gregos que se juntaram a eles (acácios, coríntios, fócios, etc).

O início do filme 300 inicia mostrando como é o nascimento e treinamento de um espartanos, mas vamos explicar o que motivou esse comportamento.


No ano de 650 a.C. os povos Dóricos invadiram a região da Lacônia, a melhor terra da Grécia, onde viviam os mecênios e na disputa eles passaram a perderam e passaram a ser servos oi Hilota do governo de Esparta. Cada espartano tinha direito a 7 mecênios como servos, mas diferente de escravos, eles não poderia ser comprados, pois pertencia ao governo. O fato é que os servos trabalhavam para os Espartanos, enquanto que eles se militarizaram, pois isso impedia que uma revolta desses mecênios pudesse vingar, já que o treinamento militar era algo extremamente rígido e isso é mostrado bem no filme e depois eles se tornariam os soldados ou espartíatas. Quem fazia o comércio e tinham pequenas propriedades eram chamados de periecos.


As crianças viviam com sua mãe até os 7 anos de idade e depois eram retirados da mãe e passava para a mão do estado. Na primeira noite ele é colocado em roupa alguma e vigiado pelo inspetor para aprender a lidar com a fome, o frio e a dor. Um dos treinamentos é amarrar as crianças num poste e outras crianças ficam chicoteando as costas até que eles desmaiam e o que consegue ficar de pé é considerado o vencedor. Um bom espartíadas fala pouco, esse tipo de comportamento foi denominado laconismo, por estarem na região da Lacônia. Eles eram xenofóbicos, se achavam superiores a quem vinha de fora, resumindo, um bom espartíada era militarizado, lacônico e xenofóbico e sua formatura era aos 17 anos de idade, sua missão era matar um servo, mas caso fracassava, eles eram mortos.

No nascimento de um menino ou menina vinha um especialista inspecionar se o bebe tinha alguma deformidade ou algum problema de saúde e simplesmente eram eliminados, mortos.

As mulheres eram mais valorizadas que no restante da Grécia, já que eram preparadas para casarem com os espartíadas e isso era quando eles completavam 30 anos de idade e a economia era basicamente agrícola e sua produção principal era o azeite e o vinho.

Uma cena no filme mostra a chegada de um mensageiro que vai falar com Leônidas para propor que eles se rendam ao exército sem guerrear. Isso é inventado no roteiro, não existe essa citação Ana obra de Heródoto, pelo contrário, os Persas jamais mandariam um mensageiro avisar que eles estão chegando.


Outro ponto que é deixado de lado é o fato de não mostrarem o império Persa como um povo poderoso, culto e extremamente preparado para qualquer guerra e a imensidão de territórios já dominados. Diferente da Grécia, quando os Persas invadiam e dominava um povo eles mantinham a religião e os costumes desse povo, contando que pagassem os impostos para o imperador, mas voltando a cena do mensageiro, ele diz que os Persas querem terra e água e a rainha intervém e reclama algo, o que deixa o mensageiro irritado e argumento como um rei permite que uma mulher se intrometa na conversa entre dois homens. Isso jamais poderia ser verdade, pois, embora a mulher seja mais respeitada que em outros lugares, elas eram consideradas inferiores aos homens, portanto jamais poderiam ter as cenas de amor entre Leônidas e a Rainha e muito menos essa intromissão entre o mensageiro e Leônidas.


Heródoto relata que os Persas, no comendo do Deus-rei Xerxes, vão atacar Esparta com 200 mil soldados. Lembramos que há 10 anos a Pérsia atacou e perdeu para os Gregos com 20 mil soldados. Nessa segunda investida os gregos conseguiram reunir 7 mil soldados apenas. Os tais 300 espartanos tinham que tentar impedir o avanço dos persas em Termópilas, pois era uma passagem estreita que eles tinha que passar para entrar na Grécia e a idéia era fazer um paredão com trezentos espartíadas, já que essa passagem tinha apenas 200 metros de largura, cercado por montanhas. Eles conseguiram fazer o bloqueio com pouquíssimas baixas por dois dias seguidos.


Os Persas enviaram os soldados chamados de Imortais, mas eram chamados assim porque quando um morria era substituído por outro com a mesma aparência e força. No filme tem a cena em que morrer o namorado do soltado Zacarias e ele fica atrasado e também o espartano que traiu seu povo e ensinou uma passagem que, somente os gregos e pastores da região conheciam essa passagem e os Persas usaram e deram a volta e pegaram os espartíadas por trás. O rei Leônidas dispensou os outros gregos e quem desejasse abandonar a batalha e os que ficaram foram massacrados e o filme termina nesse ponto.


Os Persas vencem essa batalha. Os gregos conseguiram se organizar melhor, mas dois meses depois os Persas invadem Atenas e eles colocam fogo na cidade, o fato é que toda população havia evacuado suas casas e comércio e levaram todo suprimento. Dessa forma, o modo de acabar com os Persas era impedir que cheguem comida e suprimento para os soldados persas e, como os gregos tinha um poderio muito superior em batalhas no mar, o General ateniense Temístocles decidiu impedir essa chegada de suprimentos parando os persas no mar.


Desde o ataque em Maratona há 10 anos atrás, os atenieses construíram 200 navios de guerra adaptados para afundar qualquer outro tipo de navio chocando contra eles Esses navios adaptados tinha uma ponta na frente que perfurava o casco dos outros navios e tinha três andares, chamados de tri-remes. Os persas mandaram 400 navios e os atenienses sabiam que o rei Xerxess iria usar a mesma tática de conseguir um espião grego que entregasse os planos dessa frota naval em troca de dinheiro, então eles prepararam um contra-espião grego que fosse chamado pelo rei Xerxes e dito e feito, o rei chamou esse contra-espião perguntando como derrotar os gregos no mar e ele jogou a frota Persa para uma armadilha, falou que se atacasse a noite no dia tal eles teriam vantagens por ser um elemento surpresa, mas era uma arapuca. Para sorte dos gregos, o rei Xerxes caiu na armadilha e foram atacados violentamente pelos gregos e para ajudar, caiu uma grande tempestade que obrigou todos aportarem e na praia morreram 40 mil persas. Fala-se que foi intervenção de Poseidom. Atenas leva a fama por ter ganhado a batalha de Salamina contra os Persas, que recuaram e portanto eles impõe a confederação de Delos em que todos os outros gregos, inclusive Esparta, deveriam pagar impostos para Atenas, considerado o grande vencedor contra os Persas e se tornam o Império Ateniense no século V a.C. Péricles eleva Atenas ao ápice da democracia.

Filme 300

300 de 2006. Direção: Zack Snyder. Grécia, 480 AC. Na Batalha de Termópilas, o rei Leônidas (Gerard Butler) e seus 300 guerreiros de Esparta lutam bravamente contra o numeroso exército do rei Xerxess (Rodrigo Santoro). Após três dias de muita luta, todos os espartanos são mortos. O sacrifício e a dedicação destes homens uniram a Grécia no combate contra o inimigo persa.

Sem dúvida esse filme foi um sucesso absoluto de público e crítica e trouxe técnicas inovadoras para o cinema, como o fato de não existir cenário. O diretor, que se inspirou nos quadrinhos de Frank Miller "Os 300 de Esparta" e que o próprio Miller conhece que o fez após assisitir ao filme o filme com o mesmo nome Os 300 de Esparta em 1962 quando criança, enfim, o diretor Snyder alugou um galpão e pintou todas as paredes com Chroma Key. Grande parte de 300 foi filmada com uma técnica de Chroma Key em superposição, um marco na história cinematográfica.


Uma verdadeira revolução. Realmente a fotografia e os efeitos especiais chamam atenção com detalhes para as batalhas, que com um efeito de câmera lenta, dão uma visão do que os quadrinhos desejavam dar e são excelentes na tela, o momento onde o soldado, ainda menino, é testado ao limite diante do enfrentamento de uma besta terrível. A história em si é exuberante, assim como o figurino do rei Xerxes, embora na realidade ele não usava piercing e tinha uma vasta barba. Nunca havia visto antes com um enredo que se adequasse tanto à algo místico, já que Frank Miller e o diretor fizeram algumas alterações em relação à realidade, de forma que as cenas de ação fossem mais atraentes visualmente e mesmo os historiadores não entram em acordo exato quanto ao número, que podia variar de uma ou duas centenas de milhares e, num sentido histórico, apresentou bem o que era o ideal espartano de cidadania e cultura. Sem dúvidas foi o melhor trabalho do ator Gerard Butler.


O diretor implementou um ângulo pouco usual, quando os espartíadas pulavam sobre o inimigo, o foco era na sua virilha para dar um efeito de masculinidade, além do destaque para um corpo bem malhado. De fato, os Espartíadas lutavam semi-nus. Nota 10.

Prêmios: MTV MOVIE AWARDS - 2007 Ganhou como Melhor Luta o ator Gerard Butler contra o gigante

 
 
 

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