Os Miseráveis
- Fernando Carlos
- 11 de jun. de 2019
- 9 min de leitura

Victor Hugo
Essa é a obra mais conhecida de Victor Hugo e a mais adaptada para teatro, cinema, musical e está disponível em todos os meios para conhecer a história, que é gigantescas com dezenas de personagens e impossível de resumir.
Victor Hugo coloca muito de si na obra, que pelo título, sabemos que vai se tratar dos miseráveis, da classe baixa e não entra a aristocracia. Ela se passa num período longo, antes da queda de Napoleão Bonaparte 1812, lembrando que a Batalha de Waterloo e a prisão de Bonaparte foi em 1815 até os motins de junho de dois da revolução estudantil na França 1832 em prol a Napoleão, contra o regime vigente. Como sabemos, Victor Hugo era um humanista, católico, lembramos que ele escreveu o corcunda de Notre Dame em homenagem a igreja católica e um humanista e, portanto ele vai apresentar várias possibilidades do humano interagir-se e se adaptar entre si numa Paris decadente, injusta com a população e opressora trazendo várias histórias encadeadas entre si, mas que seus personagens centrais são totalmente assexuados, pois teremos um homem que foi brutalizado no início da obra chamado de Jean Valjean, condenado a trabalhos forçados numa pedreira por cinco anos por roubar um pão para seu sobrinho, mas que tenta várias vezes a fuga aumentando assim sua pena e sendo perseguido pelo algoz Inspetor Javert pelo resto da vida e seu primeiro refúgio depois da liberdade é na casa do Bispo de uma cidade Monsenhor Bem Vindo. Nenhum dos três tem esposas, casos amorosos e são fundamentais para toda a trama. São assexuados, pois não existem mulheres pelos quais eles se apaixonam.

Logicamente teremos a primeira grande crítica, ser condenado a 5 anos de trabalhos forçado por roubar um pão para uma criança é uma pena muito severa. Victor Hugo é católico e a todo o momento ele vai colocar o questionamento de que existe uma lei universal contra outra lei que seria a lei do homem. Jean Valjean é preso na época do fim do império Napoleônico e tem uma forma bruta, mas é um analfabeto total. Ele consegue ter sua liberdade depois de 19 anos, rouba a prataria do bispo e é capturado pelas sentinelas e trazido diante do bispo que nega que foi roubo para a perplexidade de Jean e os soldados que o capturou. Ele manda soltar o ladrão e ainda fala: “Na sua pressa de ir embora esqueceu esses dois castiçais de prata.” Quando questionado por que ele o ajuda o bispo fala, estou comprando sua alma, a partir de agora seja um homem bom e realmente ele se torna um homem “o mais bondoso que se possa imaginar.”

A próxima parada é numa cidadezinha em que ele assume o nome de Madeleine e inicia sua vida como um homem bom e trabalhador chegando a construir uma grande fábrica e levando a prosporidade a cidade, sendo que ele percebeu a necessidade de produzxir e a oportuinidade de se realizar e por ser tão bom e altruísta ele foi eleito prefeito. Na fábrica não poderia trabalhar mulheres com filhos. Fantine é uma mulher que se envolveu com um estudante e tiveram um filho e ele as deixou e para poder sobreviver ela teve que deixar essa filha chamada Cosette aos cuidados do casal Thénardier, um estalajadeiro e sua mulher, sem saber que são corruptos, egoístas e cruéis. Fantine não tem conhecimento de que a menina sofre abusos e é forçada a trabalhar na pousada, e continua tentando pagar as exorbitantes quantias para sua manutenção e tranalha na fabroca de Jean Valjean, mas as colegas descobrem que ela tem uma filha ilegítima e obrigam o gerente da fabrica a demiti-la de seu trabalho e acaba recorrendo à prostituição para pagar as despesas da criança. Fantine é humilhada de todas as formas, vende seu cabelo, vende seus dentes e fica doente e lentamente morrendo de tuberculose. Quando é molestada por um estudante ela revida atacando-o com gelo. Javert vê isso e prende Fantine e é condenada a seis meses de prisão. Madeleine, em seguida, intervém e ordena que Javert a liberte. Vendo o seu sofrimento, ele promete a ela que vai trazer Cosette, mas falece.

Por um acidente na fábrica de Madeleine, uma carroça cai sobre as pernas de um senhor e é salvo pela força descomunal e Madeleine e ao ver isso, Javert desconfia que ele seja o Jean Valjean e o denuncia, mas vendo a bondade dele, vai a sua casa e pede desculpas por tê-lo denunciado e avisa que o verdadeiro Jean foi pego e está sendo condenado e julgado, mas Madeleine vai até o tribunal e confessa que o verdadeiro Jean é ele mostrando mais uma vez que agora ele é um homem de bem, de honra e de bom caráter, mas cria um paradoxo na cabeça de Javert que não compreende por que ele fez isso e se foi justo a lei dos homens sobre ele. Jean tem que fugir, mas leva consigo a menina Cossette e eles encontram refugio num convento em que o homem que ele salvou no acidente é jardineiro. Lá Cossette é matriculada como filha de Jean e ele se torna jardineiro do convento junto com seu amigo até que sua filha cresça, mas aos 15 anos de idade ela conhece de vista um jovem de 17 anos Marius rico e culto, mas revolucionário, um estudante apenas e decide não seguir o caminho eclesiástico e nega os votos de freira e ambos tem que sair e viver na Paris como pai e filha.

Nessa cidade o seu pai passa a ser um filantropo e trabalhar para a Igreja cuidado dos menos favorecidos mendigos e crianças de rua. Sua filha o acompanha nessa missão, mas j[á está de olho no jovem estudante revolucionário Marius e ambos começam a se encontrar as escondidas. O fato é que ele e sua turma estão planejando uma revolta Armanda contra o regime pós-napoleão, a volta a realeza e o inspetor Javert está vigiando todos e volta a desconfiar que o pai da menina que namora o revolucionário é o procurado pela justiça Jean e começa a se infiltrar no grupo, mas não sem antes deixar um bilhete para o pai que eles estão se encontrando em segredo. Claro que o pai vai dar um sermão, mas vai deixar, permitir esse envolvimento.

Aqui fica clara a visão de Victor Hugo em apoiar as opiniões de Napoleão Bonaparte no que tange a dar estudo como fator fundamental para o desenvolvimento humano e ao mesmo tempo retratando a desigualdade social e a miséria decorrente do desemprego e também o conflito na relação com o Estado, seja pela ação arbitrária do policial ou pela atitude do revolucionário obcecado pela justiça, aqui no personagem do Javert. Ponto para uma das passagens mais controvésia e polêmica da obra, pois depois que acontece o fracassado motim dos estudantes, Marius é ferido graventente e Jean vai em seu encontro para salvá-lo. Encontra o inspetor amarrado a um mastro pelos estudantes e marius ferido e pede que ele mesmo se encarregue do inspetor. Ele tem a chance de matá-lo, mas ele o solta e o inspetor fala que jamais vai deixar de persegui-lo, mas Jean ano se importa, foge com Marios pelos esgotos de Paris, mas é pego por Javert que manda prender ambos. Jean implora para que deixa levar o jovem para ser cuidado pelo avô, já que Javert quer prender apenas Jean e promete voltar as margens do rio Senna e se entregar definitivamente, mas quando Jean volta, o inspetor Javert havia se jogado no rio e se afogado.

Muitos se debruçaram em explicar o porquê Javert, que finalmente consegue capturar Jean desiste e se mata. Uma das melhores explicações é que se formou um paradóxico nas idéias de justiça do inspetor que somente seguia as leis dos homens. Ele jamais teve algum delito ou que sua personalidade ou ações denegrissem sua imagem, enfim,,. Ele sempre seguiu as leis e sempre acreditou que um homem que foi violento como Jean, ladrão e foi 19 anos atormentado nas prisões com trablhos forçados pudesse se regenerar e se adaptar ao novo mundo ou a civilização, mas ele estava errado, mas fica mais ainda uma dúvida, por que se matar? Ele não consegue prender Valjean, e fazendo isso ele viola as leis. Sentindo que tudo em que acreditava desmoronou, a vida para Javert perde a razão de ser. Ele suicida-se se jogando na torrente do Sena.
Prosseguindo, Marius nunca soube quem o salvou somente Thénardier sabe, aquele estalajadeiro corrupto que extorquia Fantine com sua esposa que cuidaram da Cossette, enfim, ele ajudou Jean ainda dentro do esgoto carregando Marios, mas ainda roubou um anel que Marius usava.

No ano seguinte, Marius e Cosette se casam e no dia seguinte ao casamento, Valjean confessa a Marius que é um foragido da justiça e que pior isso vai se afastar dos dois. Marius fica horrorizado com a revelação e consegue fazer Jean Valjean desaparecer gradualmente da vida de Cosette. Valjean perde a vontade de viver e fica acamado.
Uma noite, Thénardier vai disfarçado a casa de Marius, a fim de lhe vender o segredo sobre a identidade de Jean Valjean. Assim Marius acaba descobrindo todo o bem que Valjean fez, incluindo salvá-lo nas barricadas, pois Thénardier entrega seu anel. Atordoado por estas revelações, Marius confronta Thénardier com seus crimes e lhe oferece uma imensa quantia em dinheiro para ele ir para a América. Thénardier aceita a oferta e viaja com Azelma, sua única filha restante, para a América, onde termina trabalhando como negreiro.

Marius e Cosette vão visitar Valjean, porém ele está morrendo. Em seus momentos finais, ele fica feliz por estar ao lado de sua filha e de seu genro. Ele também relembra seu passado com Cosette, e revela a ela o nome de sua mãe. Se sentindo amado por eles, Jean Valjean morre após vários anos de luta por sua liberdade e na sua estante estão os dois candelabros que o Monsenhor havia lhe dado.
Sem sobra de dúvida é uma obra que agrada todos os tipos de leitores, é crítica e ao mesmo tempo deliciosa e certamente figura estre uma das melhores obras já feitas na humanidade até hoje. Ela teve até 2017 quarenta e nova adaptações para cinema e televisão e sete musicais, sendo que o Musical da Broadway (1987) foi o que mais rendeu em bilheterias até hoje (2019). Em 2017 tivemos uma versão de Les Misérables apresentada em de São Paulo, Brasil.
Filmes

Os Miseráveis (Musical) (2012) dirigido por Tom Hooper (diretor do premiado Discurso do rei). Adaptação de musical da Broadway, que por sua vez foi inspirado em clássica obra do escritor Victor Hugo. A história se passa em plena Revolução Francesa do século XIX. Jean Valjean (Hugh Jackman) rouba um pão para alimentar a irmã mais nova e acaba sendo preso por isso. Solto tempos depois, ele tentará recomeçar sua vida e se redimir. Ao mesmo tempo em que tenta fugir da perseguição do inspetor Javert (Russell Crowe).
Este filme foi premiado, temos todos os atores como cantores sem dublagem e contando no setting de filmagem. A versão soa estranha àqueles acostumados com musicais mais leves ou para quem simplesmente odeia o gênero. Hooper consegue criar, porém, uma versão "realista" dentro de um universo teatral. O filme conta com 3 horas de duiração.
A Gazeta do povo conclui: “Intencionalmente exagerado, grandioso e de gosto por vezes duvidoso, beirando o kitsch, "Os Miseráveis" é um espetáculo coerente em sua essência e, por fim, arrebatador”; Nota 8.

Os Miseráveis Filme de 1998. Direção de Bille Algust. Após cumprir 19 anos de prisão com trabalhos forçados por ter roubado comida, Jean Valjean (Liam Neeson) é acolhido por um gentil bispo (Peter Vaughan), que lhe dá comida e abrigo. Mas havia tanto rancor na sua alma que no meio da noite ele rouba a prataria e agride seu benfeitor, mas quando Valjean é preso pela polícia com toda aquela prata ele é levado até o bispo, que confirma a história de lhe ter dado a prataria e ainda pergunta por qual motivo ele esqueceu os castiçais, que devem valer pelo menos dois mil francos. Este gesto extremamente nobre do religioso devolve a fé que aquele homem amargurado tinha perdido. Após nove anos ele se torna prefeito e principal empresário em uma pequena cidade, mas sua paz acaba quando Javert (Geoffrey Rush), um guarda da prisão que segue a lei inflexivelmente, tem praticamente certeza de que o prefeito é o ex-prisioneiro que nunca se apresentou para cumprir as exigências do livramento condicional. A penalidade para esta falta é prisão perpétua, mas ele não consegue provar que o prefeito e Jean Valjean são a mesma pessoa.

Neste meio tempo uma das empregadas de Valjean (que tem uma filha que é cuidada por terceiros) é despedida, se vê obrigada a se prostituir e é presa. Seu ex-patrão descobre o que acontecera, usa sua autoridade para libertá-la e a acolhe em sua casa, pois ela está muito doente. Sentindo que ela pode morrer ele promete cuidar da filha, mas antes de pegar a criança sente-se obrigado a revelar sua identidade para evitar que um prisioneiro, que acreditavam ser ele, não fosse preso no seu lugar. Deste momento em diante Javert volta a perseguí-lo, a mãe da menina morre mas sua filha é resgatada por Valjean, que foge com a menina enquanto é perseguido através dos anos pelo implacável Javert.

Realmente é a melhor adaptação da obra e com o teor dramático no ponto. Uma excelente atuação de Liam Neeson como Jean Valjean e de Geoffrey Rush (Shine Brilhante) como o inspetor Javert. Filme para quem gosta de ver a doce Claires Danes (Romeu + Julieta) em mais uma grande atuação. Ainda temos Uma Thurman Fantine, dramática como nunca. Assistir esse filme é conviver um pouco com a França do século de Victor Hugo,suas mazelas,a efervescente e sonhadora juventude do século XIX. Nota 10.
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