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São Bernardo de Graciliano Ramos - Resumo.

  • Foto do escritor: Fernando Carlos
    Fernando Carlos
  • 28 de dez. de 2018
  • 6 min de leitura

O livro é escrito em primeira pessoa, embora no início da história, o personagem Paulo Honório pede ajuda para amigos para escrever sobre a vida dele a 4 mãos, mas depois da desistência de um, da discordância do que o outro escreveu sobre Honório, resolveu escrever sozinho.

Ele inicia se desculpando aos leitores o fato da escrita não ser tão perfeita como queria:


"Começo declarando que me chamo Paulo Honório, peso oitenta e nove quilos e completei cinquenta anos pelo São Pedro. A idade, o peso, as sobrancelhas cerradas e grisalhas, este rosto vermelho e cabeludo, têm-me rendido muita consideração. Quando me faltavam estas qualidades, a consideração era menor." Inicia falando de sua infância. Criado sem pai nem mãe - que nem sequer colocaram os nomes na sua certidão de nascimento - Paulo Honório cresceu ajudado por uma negra doceira e foi guia de um cego. Vendia cocadas para conseguir algum dinheiro. Trabalhar duro na roça até os dezoito anos, quando se encantou por Germana, com quem ele teve sua primeira relação sexual. Mas ela o trai, meteu-se com João Fagundes e ai vem a fatídica situação que o levou para a cadeia, ele esfaqueara João Fagundes e ficou preso três anos, nove meses e quinze dias. Na cadeira aprendeu a ler com o Joaquim sapateiro, que tinha uma Bíblia. Depois que saiu da prisão, Paulo Honório pega

emprestado com o agiota Pereira uma quantia em dinheiro e começa a negociar, pensando somente no dinheiro. Aprendeu aritmética, para não ser mais enganado ou ser melhor negociante que todos, mas passa a viver pelo dinheiro e mais nada, negocia todo tipo de coisas pelo sertão utilizando de meios anti-éticos, como ameaças de morte e roubo.


Após conseguir juntar algumas economias, retorna a sua terra natal, Viçosa, com o desejo de adquirir a fazenda São Bernardo, onde tinha trabalhado lá anos antes. O antigo dono das terras, Salustiano Padilha, fez de tudo para ver o filho Luís doutor, o que não aconteceu. Paulo Honório resolveu ir atrás do herdeiro. Percebendo a inocência do rapaz e a sua dificuldade em lidar com o álcool e com o jogo, cravou amizade e foi lhe emprestando dinheiro.

Sua ambição era comprar a fazenda que estava destruída, falida e sem nenhuma lucratividade e que agora pertencia a Luís Padilha e como ele era viciado por jogo, mulheres e bebida, aos poucos Paulo consegue conquistar a confiança dele fazendo com que ele penhorasse a fazenda como garantia do empréstimo, o que não tardou em conquistar a posse das terás, já que Padilha estava falido financeiramente. Temos um diálogo interessante na negociação do valor, que começa o dono dando um valo alto e ir baixando conforme Paulo Honório vai

desmoralizando o dono. Existia uma guerra com seu vizinho, que mudou o lugar da cerca, pegando grande parte das terras de São Bernardo, como ele sabia que não adiantava brigar na justiça, pois o vizinho, Mendonça tinha influências com o juiz e políticos, ele com seu amigo Casimiro Lopes, manda matar Mendonça e consegue expandir os limites correto de antes Paulo Honório reforma a casa. São

Bernardo ao fim de algum tempo passou a dar lucros, construindo uma igreja e depois que recebeu a visita advogado Nogueira, que manipula os políticos locais, resolve construir uma escola, por sugestão do amigo e com intenções de conquistar o respeito do governador de Alagoas, já que jamais pensou no bem estar de seus funcionários, que tratava com o maior desrespeito e punia como escravos ou desumanos.

Inicialmente contrata Luís Padilha como professor, mas vendo que ele fica fazendo a cabeça

dos seus funcionários com idéias comunusta, o expulsa da fazenda e pensa em contratar uma professorinha, sobrinha de Dona Gloria e ai percebe que precisa de um herdeiro para suas ricas terras e por conta disso resolve contratá-la e ainda mais, se casar. Logicamente, como ele é um capitalista, tudo não passa de um negócio, e todos para ele são objetos e é

assim que ele faz a proposta para Margarida, a professorinha, que inicialmente não vê vantagens, já que a escola é particular e poderia ser fechada a qualquer momento, mas ele diz que nesse negócio existe a necessidade de se casar imediatamente e ela asseguraria seu emprego, ela ainda Pete tempo, um anos, ele retruca que um ano não é um bom neg´gocio e ela concorda em casar-se em uma semana e assim se faz.


Após o casamento a moça e sua tia Glória mudam-se para a fazenda, mas a rotina na São Bernardo começa a se alterar com as posições humanitárias da sua esposa. Paulo Honório já nas primeiras discussões sentia-se ameaçado pela cultura da mulher. Ela doa roupas dela aos empregados, mais ainda, Madalena se interessa pela vida dos empregados e dá opiniões sobre as contrárias ao pensamento de Honório, exige a compra de materiais escolares, o que ele faz com muita raiva, já que não vê nenhum sentido em que aprendam, mas que a escola seja apenas um negócio lucrativo ou que seja a oportunidade dele se dar bem na política. Além disso, ela passa a dividir as tarefas de escrituração com Ribeiro.


Paulo Honório vê que errou e que a imagem dela como uma mulher frágil e normalista é o oposto então começam as brigas do casal, mostrando a verdadeira personalidade violenta dele, e não conseguindo dominar a sua mulher, assim como dominava seus empregados tratados como animais, se torna cada vez mais agressivo com todos e revela um ciúmes excessivo.

Temos o nascimento do filho homem como ele queria, mas não ameniza o ciúmes de Madalena e suas desconfianças de traição com Padilha. Toma consciência que ele é bruto e inculto, totalmente oposto a sua esposa e chega à conclusão de que a traição era inevitável, já que ele era impotente a ela.


Paulo Honório vê a esposa muito abatida escrevendo uma carta direcionada a Azevedo Gondim e novamente se descontrola exigindo explicações. Ela então rasga a carta e o chama de assassino. Isso o abala, pois ele pensa que ninguém poderia saber que ele era realmente um assassino e como ela descobriu isso? Convenceu-se de que Padilha havia contado algo para ela e resolve expulsá-lo. Porém, o professor diz que é fiel e obediente a Paulo Honório e que ela deve ter ouvido as histórias por meio da população local.


Ambos sofriam, ele se torna paranoico em relação a suposta infidelidade da mulher e ela se sentia só, sentindo-se humilhada e sem dignidade. Por fim, perde o interesse pelo próprio filho. Novamente ele a vê escrevendo e acha uma folha no chão e o que Le fica claro que era uma carta para um homem e é tomado por intenso ódio. Sai em busca de uma explicação. Procura a esposa e a encontra na igreja com uma aparência muito calma. Ele mostra a folha e ela lhe diz muito desanimada que o restante das folhas estava no escritório e começa a falar coisas que não fazia sentido a ele, como se ela estivesse se despedindo e falando o que ela deseja que acontecesse, que ele melhorasse seu caráter, seu comportamento, que os bens deveria ser divididos e ele a interrompe dizendo que tudo isso era uma grande bobagem, enfim, fica evidente que ela tem total consciência da situação, das limitações e erros de seu marido e que ela se preocupa com o social e com ele.

Chegando em casa no dia seguinte, ele ouve gritos e descobre que Madalena havia se suicidado. Ela havia deixado sobre a bancada uma carta de despedida para o marido, sendo que faltava uma página, justamente aquela que ele havia encontrado no chão no dia anterior.

Após a morte de Madalena, Dona Glória e Seu. Ribeiro deixam a fazenda. Luís Padilha junta-se os revolucionários para lutar na Revolução de 30 e também deixa São Bernardo. O juiz Magalhães é afastado do cargo e os limites da fazenda passam a ser contestados judicialmente. Com tudo isso, Paulo Honório se encontra abandonado.


Por fim, em meio a solidão e somente com a companhia de Casimiro Lopes e seu cachorro, Paulo Honório, viúvo, foi abandonado por Glória (tia da então esposa), pelo contador, por Padilha e pelo Padre Silveira. Isolado e solitário, a alternativa encontrada pelo protagonista foi compor o livro que lemos, onde ficamos conhecendo a trágica história da sua vida. Amargurado pelo passado, toma consciência da desumanização por que passou enfrentando a dureza do sertão. Incapaz de mudar, Paulo Honório busca algum sentido para a sua vida refletindo sobre o passado e escrevendo sua história sentado à mesa da sala, fumando cachimbo e bebendo café.

 
 
 

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